Pequenos produtores reclamam da baixa remuneração oferecida pela agroindústria
Avicultores da região Sul do Estado reclamam de má fase no setor. Os pequenos produtores de frangos e matrizes enfrentam dificuldades financeiras e alguns aviários, inclusive, já fecharam as portas. A explicação, conforme o presidente da Associação dos Avicultores do Sul Catarinense, Emir Tezza, é a baixa remuneração oferecida pela agroindústria. Segundo ele, hoje, a indústria paga de R$ 0,40 a R$ 0,45 por cabeça de ave, valor que pode ser ainda mais baixo em alguns municípios.
Tezza explica que os avicultores financiam em torno de R$ 600 mil com o banco para construir um aviário, o que gera uma prestação mensal de cerca de R$ 22 mil, mas o lucro bruto por mês gira em torno de R$ 17 mil. Em contraponto, eles têm os gastos com as aves, energia elétrica, combustível, lenha, o que limita o lucro do pequeno produtor em apenas um salário mínimo no fim do mês, às vezes menos.
"O banco quer receber e o avicultor não é acostumado a dever. Isso abala até o psicológico do trabalhador e não são casos isolados, mas a realidade enfrentada hoje por produtores de muitos municípios, inclusive de outras regiões de Santa Catarina. Porém, a situação mais crítica é no extremo Sul, onde alguns avicultores já quebraram, migraram para outras produções e outros estão vendendo animais, terrenos ou criações para pagar dívidas", lamentou Tezza à reportagem do site Engeplus.
Audiência Pública – Na próxima quinta-feira, dia 26, acontece na Câmara de Vereadores de Nova Veneza uma Audiência Pública para debater sobre a situação dos avicultores na região Sul. O presidente da Associação dos Avicultores do Sul Catarinense destaca que a entidade já conta com cerca de 500 associados, dos quase 800 que atuam na região. Ele lembra que essa união é muito importante para fortalecer a classe e facilitar negociações com a agroindústria. Por isso, de acordo com Tezza, também é importante a participação na Audiência do dia 26.