Trânsito

Barcos de pesca artesanal invadem a BR-101

Manifesto, amanhã, pretende chamar a atenção para as dificuldades de uma das atividades mais antigas do sul catarinense

Caso você esteja em viagem pela BR-101 e ver barcos no meio da pista, não se assuste. Trata-se de um manifesto dos pescadores artesanais do sul catarinense para chamar a atenção do governo federal quanto a necessidade de dar maior suporte à classe.

Pelo menos 200 pescadores de Arroio do Silva, Laguna, Imbituba, Garopaba e Paulo Lopes, munidos de barcos, redes e outros apetrechos, bloquearão a rodovia por volta das 10 horas de amanhã.
O manifesto, organizado pela Federação das Associações dos Pescadores Artesanais do Estado de Santa Catarina, será no trecho do bairro Barranceira, em Laguna (cerca de 500 metros após o acesso ao município, para quem segue ao norte).

“Se não buscarmos apoio, a pesca artesanal será extinta. As leis privilegiam a indústria apenas. Todos os anos são criadas uma série de normativas que só prejudicam os artesanais. Não há como continuar desta maneira”, destaca o secretário da federação, Pedro Guerreiro.

A competição desleal, motivada principalmente pelo desrespeito à distância dos barcos industriais da costa, também é foco do protesto. Na safra da tainha do ano passado, os pescadores artesanais de todo o estado retiraram cerca de 1,2 mil toneladas da espécie.

Segundo o Jornal Notisul, uma traineira industrial pesca 900 toneladas em apenas um lanço de rede. “É preciso equipar melhor as forças de proteção e fiscalização. Uma canoa nunca vai competir com um barco. A conta é simples e óbvia. Mas parece que o governo federal não entendeu isso ainda”, defende Pedro.

Reivindicações

O que os pescadores artesanais de Santa Catarina exigem:

• Abertura da pesca da tainha a partir de 1º de maio para todos os barcos artesanais, com motor ou a remo.
• Fiscalização e repressão aos barcos industriais que invadem as praias e áreas marítimas dos pescadores artesanais.
• Fim das normativas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e Ibama, que, em vez de ajudar, só prejudicam a atividade da pesca artesanal.
• Criação de leis definitivas e claras para artesanais e industriais.