Reflexão

Bispo preside missa nas penitenciárias e conhece projeto beneficiado pela CNBB

“Aos olhos de Deus, isto é uma coisa muito importante: visitar os doentes, visitar os presos, dar de comer aos pobres. Deus quer que nunca nos esqueçamos deles”, enfatizou o Bispo.

Foto: Divulgação

No dia em que a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora de Guadalupe (12), padroeira de toda a América, reclusos e reclusas das penitenciárias Sul e Feminina de Criciúma acolheram a visita dos agentes da Pastoral Carcerária da Diocese de Criciúma. Na ocasião, foram celebradas missas nas duas unidades, presididas pelo Bispo Diocesano, Dom Jacinto Inacio Flach, e concelebradas pelo padre Orlando Cechinel, com a presença da diretora, Maira Montegutti e demais funcionários.

Nas celebrações, Dom Jacinto fez sua intenção por todos os presos, seus familiares e funcionários das unidades, além de manifestar sua gratidão pelo trabalho exercido pela Pastoral Carcerária e pela acolhida oferecida pela direção. “Deus não faz distinção. Precisamos alimentar sempre a esperança de voltar. Deus ama todas vocês. Para Ele, nós somos os seus filhos e filhas e por isso ele vem morar no meio de nós. Jesus vem ao mundo para ser a Boa Notícia e devemos ter esperança de nos encontrar com Ele. Queridas irmãs, nunca desanimem! A Estrela de Belém pode brilhar mesmo na noite mais escura. Desejo para vocês a paz e um Natal muito abençoado. Se vocês não se encontrarem com suas famílias, rezem e sintam-se abraçadas por Jesus”, disse Dom Jacinto, na primeira missa da manhã, na Penitenciária Feminina.

Por volta de 10 horas, o epíscopo, junto ao grupo, deixou a unidade onde hoje se encontram 280 reeducandas e se dirigiu até a Penitenciária Sul, onde estão reclusos 708 presos. Ali, os membros da Igreja foram acolhidos com um café preparado pelos próprios reeducandos da unidade. Mais tarde, na homilia da missa, Dom Jacinto expressou sua visão sobre a realidade local, onde considera o serviço mais humanizado do que em outras unidades prisionais do país e falou do valor da presença da Igreja nestes espaços. “Aos olhos de Deus, isto é uma coisa muito importante: visitar os doentes, visitar os presos, dar de comer aos pobres. Deus quer que nunca nos esqueçamos deles”, enfatizou o Bispo.

“Jesus nasce em um estábulo. Todos nós somos como uma estrebaria, uma palha, mas Deus quer nascer em nós. Vocês estão aqui dentro e nós, lá fora. Mas nós todos somos pecadores e também infringimos a lei de Deus. Ele não olha para nós com ódio ou com rancor e espera que acreditamos em seu amor. Com Deus, vocês sempre podem falar: ‘Eu errei, sou pecador; mas acredito na sua salvação!’ Que vocês possam sair daqui e continuar a sonhar o mundo que Deus quer para nós; que vocês possam trabalhar e se sentir valorizados. Na noite de Natal, peçam a paz de Deus para vocês e suas famílias”, falou Dom Jacinto.

Projeto contempla produção de sandálias pelos próprios reeducandos

Antes da segunda missa, ainda, Dom Jacinto teve a oportunidade de conhecer, na companhia de padre Orlando e dos agentes, o trabalho iniciado há cerca de 15 dias dentro da unidade, contemplado pelo projeto social “Novos Caminhos”, que recebeu auxílio de 20 mil reais para sua execução, através do Fundo Nacional de Solidariedade, resultado da Coleta Nacional da Solidariedade – gesto concreto da Campanha da Fraternidade e administrado pelo Departamento Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Junto a outras iniciativas no Brasil, o projeto foi escolhido pelo eixo “superação de vulnerabilidade econômica e geração de renda” e possibilita a produção de sandálias tipo havaianas, com a aquisição do maquinário específico, já em funcionamento. Conforme a diretora Maira Montegutti, o objetivo primeiro é contemplar os reclusos das duas unidades penitenciárias de Criciúma, depois o Presídio Santa Augusta e, ainda, buscar firmar convênio com o Estado para que as sandálias possam ser vendidas para todas as unidades prisionais de Santa Catarina, através do Fundo Rotativo, que corresponde a 25% do salário dos reclusos, revertido em benefício deles próprios e da unidade.

“É uma novidade de aprendizado que abre oportunidades quando sairmos daqui, pois é algo que todo mundo usa. Podemos ter um trabalho e renda próprios, com baixo custo. É um aprendizado importante pra gente”, disse o reeducando J.R., que trabalha na produção das sandálias.

Para o Bispo, a iniciativa está dentro do espírito da ressocialização e da humanização. “É uma valorização da pessoa do preso, que poderá sair daqui e ter um trabalho. Valorizando e dando emprego, eles têm mais chances de não cair no erro de novo”, pontuou Dom Jacinto.

Colaboração: Comunicação Diocese de Criciúma 

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