Poder Executivo

“Braço do Norte é a cidade que mais emprega”

Beto Kuerten Marcelino

Foto: Suham Dellatorre / Comunicação Prefeitura de Braço do Norte

Roberto Kuerten Marcelino, mais conhecido como Beto Kuerten, é prefeito de Braço do Norte. O mais jovem da região. Ele tem 34 anos. Foi candidato quatro vezes, sendo três como candidato a vereador. Foi eleito para ocupar uma cadeira na Câmara uma vez e depois foi convidado a ser secretário de Desenvolvimento Regional de Braço do Norte. O secretário mais novo do governo Raimundo Colombo.

No primeiro ano de governo municipal, já realizou mudanças significativas, desde a forma de administrar a prefeitura até o trânsito. Também tem uma equipe bastante jovem, com idade média inferior à do próprio prefeito.

Para atrair cada vez mais esta faixa etária de volta à política, ele acredita que o representante público precisa realmente representar o sentimento da população. Para o futuro da cidade, acredita nos projetos de construção de uma nova ponte e o anel viário. Braço do Norte comemora hoje o aumento em vagas de emprego e o incremento no ICMS.

-Como o senhor avalia o primeiro ano de sua gestão?
Beto Kuerten – Nós avaliamos de forma muito positiva. O primeiro desafio que nos deparamos foi a questão da forma administrativa. Tínhamos o desafio de resgatar o crédito da prefeitura, para que fosse uma boa pagadora, e hoje superamos esta etapa. Outro desafio foi a moralidade do serviço público. Não tivemos nenhum ponto facultativo; reduzimos a folha de pagamento; aproximamos o gabinete da população, abrindo um dia por semana para atendê-los; criamos a Central do Cidadão. Teve a Lei do Nepotismo, que impede a nomeação de parentes até terceiro grau do prefeito, vice, secretários e vereadores. Reduzimos o número de aluguéis. As quatro promessas que eu e Ronaldo fizemos em campanha já estão encerradas. Reduzimos os cargos comissionados, a ordem de serviços para construções de quatro unidades de saúde, a revitalização do Estádio Lauro Koch, a coleta seletiva, que terá início em 2018, e a revitalização da ponte do Rio Pequeno, além de outras ações, como a mudança do trânsito. É impossível citar aqui tudo o que foi realizado neste um ano, mas é preciso registrar que não esquecemos de nenhuma área, todas elas receberam atenções e investimentos. Além de ser um ano de organização, administramos baseados em 2016, que não foi nós que administramos, agora atuaremos com as rédeas nas mãos, com aquilo que nós fizemos.

-Qual foi a maior dificuldade neste período?
Beto – Senti um pouco de dificuldade, estou sendo bem sincero, pois fizemos uma coligação de oito partidos e nós tínhamos o compromisso de enxugar a máquina, e aí se deu a montagem da equipe. A gente sabe que é impossível agradar a todos. Então montamos a equipe do perfil que eu e o Ronaldo queríamos. Honramos o compromisso com os partidos sim, mas passou por nosso crivo, nossa análise. Identificamos alguns nomes que não estavam dentro do perfil e isso gerou um desgaste no início. Mas hoje estamos muito satisfeitos com a equipe que formamos.

-Algumas prefeituras estão com dificuldades para fechar as contas neste fim de ano. Qual é a situação em Braço do Norte?
Beto – Devido à própria redução da folha salarial e a revisão de contratos, eu não assino um cheque se não tiver a autorização do diretor de compras. Nós centralizamos as compras, a redução dos aluguéis, nós vamos encerrar o ano com as contas em dia. Além de um pequeno recurso em caixa para começar o ano.

-Qual é a necessidade hoje de Braço do Norte?
Beto – Se fosse realizada esta pergunta há quatro meses, eu tenho certeza do alto índice no número de respostas na questão do trânsito, que é algo que já atacamos neste momento. A população também sempre nos solicitou opções de lazer e cultura. Já revitalizamos vários espaços públicos, como o local que hoje leva o nome de Parque da Família. Pensando na forma macro para Braço do Norte, nós temos dois projetos audaciosos. Um está mais próximo, que é a construção da ponte que vai ligar o Centro ao bairro Lado da União. Uma obra de aproximadamente R$ 5 milhões e que vai virar um ponto turístico. Pensando a cidade para daqui a 20 anos, é o anel viário, cujo projeto está pronto e foi entregue ao Deinfra.

-Qual é a realidade da economia do município?
Beto – Hoje, 43% da nossa economia vem do agronegócio. Baseado neste índice, nós também inovamos na gestão. Dos 180 estabelecimentos de inspeção estadual do Estado, Braço do Norte tem 27. Com um frigorífico para comercializar para fora do Estado, ele tem que ter um médico veterinário efetivo do município para fazer a inspeção. Nós disponibilizamos isso. Além de ampliar o mercado para o qual pode vender, também traz mais emprego para o município. Braço do Norte é a cidade que mais emprega da Amurel. Nós triplicamos este índice referente a 2016. Claro que é uma soma de esforços do Poder Público e da iniciativa privada. Tivemos agora a própria Unisul sendo inaugurada na cidade. Ali está gerando novas oportunidades de emprego. Várias empresas abriram no Uni Shopping. Da agricultura é 43%, mas nossa veia empreendedora é muito forte. A prova disso é o próprio ICMS de Braço do Norte. É o quarto mês que registramos incremento. É um município empreendedor.

-Politicamente, quais são os planos do senhor para o futuro?
Beto – Eu disputei quatro eleições na minha vida. Três para vereador. Nas duas primeiras não obtive êxito. Ao ser eleito, em cinco meses de Câmara recebi o convite do governador, com aval do ex-deputado José Nei Ascari, para assumir a SDR. Fiquei três anos. Fui o secretário de Estado mais jovem do governo Colombo. Um convite inesperado, como foi também o de ser candidato a prefeito. Hoje, sou o prefeito mais jovem da história e com a maior votação. Fiz esta introdução para dizer que o segredo é que você realmente tem que mostrar trabalho. Sozinho não se consegue realizar nada. A partir do momento em que se consegue mostrar trabalho, seriedade, firmeza, num momento tão difícil na política, as coisas acontecem naturalmente. Futuramente, se dizer que não penso, vou estar sendo hipócrita. Vai depender da população, seja uma possível reeleição, o encerramento da vida pública ou a proposição de convites inesperados. Desde que eu possa continuar fazendo o bem, eu estarei preparado.

-O senhor já foi secretário da SDR, como avalia a manutenção destas estruturas, hoje chamadas de agências?
Beto – A forma de condução da SDR mudou muito da época do Luiz Henrique da Silveira. Os secretários tinham a condição de realização de obras através de seu orçamento. Com o passar dos anos, isso foi diminuindo, e muito. Porém, eu sou um defensor das atuais agências de desenvolvimento regionais. Os cargos comissionados do Estado, que estão alocados nas agências, representavam 0,04% dos cargos comissionados. Na minha época, a maioria do quadro da ADR era efetivo. O grande diferencial é que eu estava de duas a três vezes por semana em Florianópolis. Eu fazia a interlocução regional com o governo do Estado. A prova que isso deu certo é o Programa Um Milhão de Litros de Leites e a Operação Tapa Buracos, por exemplo, que saíram da SDR de Braço do Norte através de reivindicações locais. O trabalho é fazer esta ligação com o governo. Por isso, sou favorável sim. De 2012 a 2016, a região da SDR de Braço do Norte recebeu R$ 240 milhões. Isso nunca aconteceu. Por isso eu sou defensor.

-Como o senhor avalia a representatividade na Alesc e em Brasília?
Beto – É algo que não deixa de ser preocupante. Nós temos que ter voz ativa, seja no governo do Estado, na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal. É algo que tem que ser trabalhado com maturidade. Acho que uma candidatura regional tem que vir do sentimento real da população e não pessoal do candidato. Tem que ter a maturidade de escolher um bom nome que venha nos representar, independentemente de sigla partidária. Qualquer um pode ser candidato. Mas às vezes, ao se lançar candidato sem o apoio do sentimento da população, isso pode atrapalhar em uma candidatura com uma possível condição de chegada. Tem que ser debatido, visando ao bem da população. Pensar na coletividade e não na individualidade.

-Você usa bastante as redes sociais para divulgar suas ações. Como é esta experiência?
Beto – Eu sempre defendi: o que a gente realiza, a população tem que saber. Se eu fui escolhido para ser prefeito, foi pelo trabalho realizado. Se a gente realiza e a população não sabe, o trabalho fica incompleto. Na SDR eu já fazia isso. As redes sociais nos ajudam a fazer a prestação de contas e o principal disso tudo é a população saber o que está acontecendo. E cada assunto que divulgamos não tem falsidade, não tem enrolação.

-Você é o prefeito e foi o secretário mais jovem. Como atrair este público para a política?
Beto – Para ter uma ideia, a média de idade da nossa equipe na prefeitura é inferior a que tenho, 34 anos. A gente mesclou com pessoas de mais idade. É uma juventude que já vem com experiência na administração. A tua equipe tem que respirar como você respira e ter a tua identidade. Trabalhar no seu ritmo. Com isso, o que a população aguarda é a moralidade do serviço público e a atitude dos gestores. Isso, acho que estamos conseguindo fazer. O prefeito, o vice, os secretários e os vereadores precisam ser iguais à população. E realmente são iguais. Estamos ali de passagem. Com isso vai ser possível atrair as pessoas.

Com informações do Jornal Diário do Sul

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