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Busca por renda nas sinaleiras cresce em Criciúma

Ambulantes comercializam doces, água e até brinquedos. Número de pessoas que se dedicam à atividade tem aumentado, o que chama atenção do poder público.

Divulgação

Nos semáforos de Criciúma, eles buscam renda e melhores condições de vida, principalmente para enfrentar as dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus. Quem transita pelas vias do município pôde perceber que nas últimas semanas o número de ambulantes aumentou nas sinaleiras de trânsito na cidade, sobretudo, na região Central. Alguns vendem água, outros doces, e há aqueles que comercializam até bolas infláveis para diversão infantil, tudo isso para levantar o sustento próprio ou da família.

O paraibano Josinaldo Santos da Costa, de 31 anos, é um desses profissionais. Na realidade, ele veio do nordeste a trabalho com o Circo Rakmer, que está alojado em anexo ao Criciúma Shopping, na Grande Próspera, há pelo menos dois meses. Com a redução significativa do público nos espetáculos, ele se viu obrigado a procurar outra forma de conseguir renda, a exemplo de inúmeros trabalhadores em todo o país que precisaram se reinventar para manter o sustento da família.

Na sinaleira em frente à Forauto, na Avenida Centenário, o paraibano espera pelo sinal vermelho para oferecer aos motoristas que passam pela via, bolas infláveis e gomas. Josinaldo afirma que trabalha apenas duas vezes por semana, já que precisa conciliar com a profissão no circo. “Trabalho há mais de um ano no Rakmer. Como está muito fraco, a gente acaba vindo para o sinal, o movimento está legal. Mas no circo dependemos muito do público”, explica.

No circo, Josinaldo trabalha como ajudante dos artistas, mas busca adaptar-se para novos desafios. A permanência em Criciúma irá depender exclusivamente da presença do público nos shows. “É muito difícil essa situação, mas não podemos parar, temos que achar um jeito para não ficarmos parados, daí a gente acaba se mexendo, fazendo uma coisa ou outra. Mas vai melhorar”, acrescenta.

Dinheiro arrecadado paga faculdade

A pandemia agravou a situação financeira de muitas pessoas ao longo da sua descoberta, em meados de fevereiro do ano passado. Mas, pela falta de oportunidade de trabalho, ainda assim, muitos já optavam pelo trabalho ambulante nas avenidas de Criciúma. Alguns profissionais oriundos de municípios e estados vizinhos e outros até de países estrangeiros. O motivo é o mesmo: renda e melhores condições de vida.

Aos 20 anos, Samuel Henrique dos Santos Botini esbanja o seu sorriso aos motoristas que passam pela Avenida Centenário, em frente à Igreja do Evangelho Quadrangular. Desde o verão de 2019 ele comercializa água na localidade. “Comecei a vender na praia do Rincão, mas tive alguns problemas lá e vim aqui para o sinal de Criciúma. Ficou muito melhor. Sempre tem movimento e muitas pessoas. Eu nunca curti trabalhar de carteira assinada, e esse trabalho começou a me sustentar melhor que CLT. Com essa renda eu pago minha faculdade de Análise de Sistemas e meus cursos”, conta o jovem.

O estudante conta que só vai parar de trabalhar vendendo água na sinaleira quando puder montar o próprio negócio, no ramo de programações. “Eu comecei a vender antes da pandemia, tiveram alguns momentos que parei, fui trabalhar CLT, me decepcionei, não gostei, e voltei a vender água. Quero empreender”, acrescenta Botini.

O jovem trabalha, normalmente, das 11h às 16h, mas confessa que se a meta de vendas for batida antes do período determinado, ele encerra o dia de trabalho e volta para casa. “Eu acho que as pessoas tendem a achar que alguns trabalhos são mais dignos que os outros. Mas eu acho que trabalho é trabalho, não importa o que estás fazendo, limpando uma fossa ou aqui no sinal, estás ganhando o teu dinheiro honesto, não está machucando ninguém, apenas agregando na sociedade, comercializando”, finaliza.

De acordo com o secretário de Assistência Social de Criciúma, Bruno Ferreira, na terça-feira, dia 16, uma reunião entre entidades do município tratou sobre o assunto. “Estiveram presentes o setor de fiscalização, fundação cultural, Famcri e entre outras lideranças. Os artistas de rua, quando não estão identificados com o colete da prefeitura são orientados a procurarem o Centro Pop para fazer o cadastro, não queremos proibir as suas apresentações, apenas regularizar”, explica.

Ambulantes são fiscalizados com intensidade

Quanto aos ambulantes, o secretário afirma que dependendo do tipo de mercadoria, será intensificada a fiscalização nos principais pontos do município. Recentemente, o Jornal Tribuna de Notícias publicou uma reportagem sobre a situação dos moradores de rua em Criciúma, que também cresceu expressivamente. “Em relação aos moradores de rua, uma situação que tem aumentado bastante também nesses últimos meses, muitos são encaminhados aos nossos equipamentos, Centro Pop e Casa de Passagem, lá recebem alimentação, roupas, higiene pessoal e regularizam suas documentações. Orientamos a população criciumense para que não deem esmola, assim essas pessoas se sentirão na obrigação de buscar os serviços prestados pelo poder público”, finaliza Ferreira.

Com informações do site TNSul

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