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Cachorra agredida em Tubarão ganha nova vida

Foto: Divulgação/Diário do Sul

Foto: Divulgação/Diário do Sul

A cachorra agredida por um rapaz na pista de skate no Centro de Tubarão na última sexta-feira ganhou nova vida ao ser acolhida por dois amigos que sequer sabiam da história que ganhou repercussão nacional durante o final de semana. Batizada de Meg, a pequena vira-lata ganhou um lar temporário, onde tem um cantinho para descansar, água, comida e, principalmente, bastante amor e carinho.

O destino de Meg e dos amigos Ericlys Machado e Vinícius Souza, ambos de 18 anos, se cruzou por volta das 2h da madrugada de domingo, quando eles conversavam na varada da residência de Vinícius, no Centro, distante cerca de dois quilômetros do local onde as agressões ocorreram.

“Ela apareceu no portão querendo entrar. Como eu e o Ericlys já temos cães e gostamos muito deles, a acolhemos. Ela não queria comer ou beber água, apenas descansar, pois estava exausta. Só no dia seguinte é que constatamos que se tratava da mesma cachorra que sofreu maus-tratos na pista de skate”, comenta Vinícius, que cursa Engenharia Civil na Unisul e trabalha como representante comercial.

Ericlys, que é DJ, e o amigo, deram banho no animal, cuidaram da ferida na pata traseira, que foi aberta pelos golpes do agressor, e deram o nome de Meg.
Apesar de ser vítima de maus-tratos, que costumam deixar os cães com muito medo das pessoas, Meg é extremamente receptiva. Faz bem o estilo de cachorra manhosa, que adora ser acariciada.

“Vamos ficar algum tempo com ela até que apareça alguém responsável disposto a adotá-la em definitivo. Hoje ela já tem duas casas para ficar provisoriamente”, comenta o DJ Ericlys.

SERVIÇO

Quem quiser adotar Meg, doar ração ou ajudar a custear um tratamento veterinário pode entrar em contato com Ericlys no telefone (48) 9676-0292.

Monitora que mandou parar as agressões é parabenizada nas ruas

Conforme o Jornal Diário do Sul, os maus-tratos sofridos por Meg só chegaram ao fim por conta da intervenção da monitora de estacionamento rotativo Priyanca Yamanda, de 18 anos. Ela trabalhava ao longo da avenida Rodovalho quando uma algazarra na pista de skate lhe chamou a atenção.

A cena observada deixou Priyanca revoltada e angustiada. A vira-lata estava dentro da pista e tentava escapar da agressão, mas por causa da inclinação das rampas e do piso liso, acabava escorregando e voltando para ser atingida por mais golpes da muleta que estava com um adolescente.

“Gritei com eles e mandei parar, senão iria chamar a polícia. Pouco depois vi que a cachorra reuniu mais forças e conseguiu escapar. Depois não a vi mais”, recorda.

Nos dias seguintes após esse episódio, Priyanca recebeu o carinho de várias pessoas que a reconheceram através de entrevistas na televisão. Pelo menos duas palavras ela ouviu dezenas de vezes: “Parabéns e muito obrigado”.

“As pessoas vinham me agradecer pelo que fiz. Fiquei contente com o reconhecimento, mas fiquei mais feliz por ter ajudado a cachorra. Gosto muito de cães e achei um absurdo tudo aquilo”, explica.

Autor da agressão depõe na polícia e diz que está sofrendo ameaças

O estudante de 16 anos que aparece no vídeo amador agredindo a cachorra na pista de skate prestou depoimento ontem à tarde à delegada Vívian Garcia Seli, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso. Ele estava na companhia de um tio e demonstrou arrependimento pelo que fez.

“O jovem relatou que não tinha intenção de machucar a cachorra. Ele demonstrou bastante arrependimento e estava preocupado porque tem recebido várias ameaças”, comentou a delegada. O rapaz também revelou quem é o dono da muleta usada na agressão.

Por parte da Polícia Civil foi feito um auto de apuração de ato infracional que será encaminhado à Vara da Infância e Juventude de Tubarão, onde o menor terá uma audiência com o promotor Osvaldo Cioffi Júnior, hoje. O promotor decidirá quais medidas serão tomadas como forma de punição ao menor, caso seja confirmado o ato infracional.