Turismo

Caminhada reúne amantes da fotografia em Morro da Fumaça

A 3ª Camminata Fotografica: nos Trilhos da Estação foi organizada pelo Foto Clube Urussanga em parceria com o Movimento pela Paz da Estação Cocal.

Fotos: Ana Lúcia Pintro

Um grupo de 45 pessoas caminhou por cinco quilômetros pelos trilhos e estradas do distrito Estação Cocal de Morro da Fumaça, neste sábado, dia 19. A 3ª Camminata Fotografica: nos Trilhos da Estação foi organizada pelo Foto Clube Urussanga em parceria com o Movimento pela Paz da Estação Cocal. “O objetivo deste encontro é registrar as paisagens, a arquitetura histórica e a nossa cultura por meio da fotografia. Posteriormente compartilharemos este trabalho com a comunidade organizando uma exposição”, explicou um dos organizadores, Guilherme Meneghel.

Foto: Ana Lúcia Pintro

A importância do Clube de Foto como espaço de troca de conhecimentos entre os amantes desta arte foi ressaltada pelo argentino Juan Russo, fotógrafo profissional. “Urussanga tem a única associação do sul catarinense. A fotografia se popularizou com o acesso às tecnologias. No entanto, temos muito que aprender uns com os outros e este movimento nos ajuda a treinar o exercício do olhar e a aprimorar técnicas e o entendimento da mecânica da fotografia”, frisou Russo.

Os participantes, de idades e profissões diferentes, partiram da antiga Villa Stazione, conheceram as comunidades de Vila Rica e Linha Pagnan e reuniram-se para um piquenique em frente ao Capitel Santo Antonio. Dário Alves Batista, de 84 anos, gosta de estar com gente jovem. “Aqui não se fala em remédio, em doença e nem mal dos outros. Conheci uma pessoa que fez o Caminho de Santiago de Compostela, falamos de nossos sentimentos e da vida. Isto me motiva a fazer parte destas ações e não me deixa cansado”.

Para finalizar o dia, buscaram imagens do entardecer num dos morros do município de Treze de Maio. As nuvens dificultaram um pouco a visibilidade, mas um monumento natural formado por três blocos de rochas de granito sobrepostas colaboraram com o visual.

O geógrafo, Bill De Nez, explicou que aquelas rochas são extrusivas plutônicas, ou seja, formaram-se nas profundezas da crosta terrestre e que há milhares de anos foram soerguidas até a superfície. Com o tempo, agentes externos como a água das chuvas, sol e o vento, ocasionaram o desgaste natural dos blocos, separando-os e formando a escultura de rocha.

Otávio Soratto: memória viva da comunidade

Foto: Ana Lúcia Pintro

O café da manhã no pátio da casa do senhor Otávio Soratto foi enriquecido com relatos do passado. Seguem trechos que apresentam lembranças e mostram a vivacidade deste morador de 99 anos, quase centenário.

“Eu vivia só de caça. Caçava veado, paca e muita jacutinga. Guardava na banha para conservar, mas muita carne estragava porque não existia geladeira. Tinha muito charque produzido na serra”.

“Naquele tempo não tinha caminhão, eram todos tropeiros. A estrada era em outro lugar. Por ela passavam 200 a 300 porcos que vinham da serra a pé. Os tropeiros iam à frente jogando milho. Quando o transporte era gado, conduziam a cavalo e com cachorro.”

“O meu pai construiu o engenho de farinha de mandioca. Eram descascadas com uma faca. Eu tinha uns 10 anos quando passou o primeiro avião por aqui. Todos saíram assustados do engenho para ver e deixaram queimar a farinha.”

“Em 1936, com 17 anos, fui trabalhar em São Paulo na construção de estradas de ferro. Embarquei em Imbituba e fiquei três noites e três dias dentro do mar, vendo céu e água.”

“Quem ganhou a licitação para construir a estrada de ferro da Esplanada à Urussanga foi o pai do ex-deputado Ademar Ghisi.
Ribeirão de Areia foi colonizado antes de Estação Cocal. Aqui era um Amazonas. Um dia fiz uma maca no alto de uma árvore e de lá via uma onça embaixo.”

“Não adianta mais criar porco pra vender porque ninguém compra. Nem ovo, nem queijo não se vendem mais. A banha de hoje não coalha, antes entortava a colher quando íamos retirar da lata.”

“A minha comida é o peixe. È a comida mais saudável, até Deus comeu. Hoje não tem mais nada natural para comer.
Se todas as pessoas fossem como vocês, não precisava de prisão. A gente poderia dormir de janela e porta aberta, sem ficar com medo.”

Veja mais fotos da caminhada

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Colaboração: Ana Lúcia Pintro – Professora Matemática (Criciúma e Cocal do Sul) e Acadêmica de Jornalismo (SATC)

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