Trânsito

Caminhoneiros voltarão a protestar nesta sexta-feita, em Tubarão

Foto: Divulgação / Sul in Foco

Foto: Divulgação / Sul in Foco

Nesta sexta-feira (27), a partir das 13h30min, os caminhoneiros fecharão novamente a rodovia na BR-101, em Tubarão. Durante o protesto de ontem, que ocorreu de forma pacífica, eles tinham como intuito liberar a rodovia federal até as 19 horas. O manifesto, porém, durou até a intervenção da Polícia Rodoviária Federal – PRV, às 22 horas.

Os veículos de passeio e caminhões com animais vivos puderam trafegar na via. Conforme o site Notisulas filas chegaram a 14 quilômetros no sentido sul. No sentido norte, por sua vez, chegaram a oito. O grupo de manifestantes é liderado pelo tubaronense Sérgio Santana. Com 18 anos de profissão, o caminhoneiro conta que a ideia era dar um apoio à categoria que participa do manifesto no oeste do estado. “Reivindicamos principalmente a redução do valor nos combustíveis e estamos unidos nesta luta”, destaca.

Helei Moraes Pires, de 58 anos, está na profissão há 40 anos. Na última segunda-feira ele saiu de Curitiba, no Paraná, para entregar uma carga de cimento em Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul. “Já parei em vários trechos de manifestação e vou apoiar a categoria sempre. Queremos a redução do combustível e enquanto não tomarem uma decisão vamos continuar nesta batalha”, ressalta.

Em Sangão, caminhoneiros colocam fogo em pneus

Mais um trecho da BR-101 foi espaço de manifestação dos caminhoneiros. Desta vez, o protesto começou no viaduto de acesso ao município de Sangão. Alguns manifestantes queimaram pneus no local e deu-se início às filas dos veículos, deixando somente meia pista para passagem de carros e motos. O fato começou ontem, por volta das 19h30min.
O Corpo de Bombeiros de Jaguaruna foi acionado para combater as chamas mas, ao chegar ao local, os manifestantes impediram a guarnição de apagar o incêndio na pista. Por não haver nenhuma autoridade policial no lugar, a equipe não tomou nenhuma medida para combater o fogo, por medo de que algo pior pudesse ocorrer.

Negociações

Nesta quarta-feira, os sindicatos e associações aceitaram a proposta do governo federal para acabar com os bloqueios. Entre os pontos do acordo, está a sanção integral da Lei do Caminhoneiro, que regulamenta a profissão de motorista, e o compromisso da Petrobras de que o diesel não sofrerá reajuste nos próximos seis meses. Entretanto, o acordo não contou com o apoio do Comando Nacional do Transporte. Como a liderança do movimento não é centralizada, há manifestantes que continuam parados e alegam que não foram notificados ou que o grupo que negociou com o governo não tem legitimidade.

Abastecimento de combustíveis

Quanto à preocupação da falta de abastecimento de combustível na região, o vice-presidente do Sindicato de Revendedores Varejistas de Combustíveis – Sindicomb da região sul do estado, Luiz Ângelo Sombrio, afirma que já inicia a escassez do etanol. “Amanhã (hoje) ou no máximo sábado, os postos da região não terão mais etanol para oferecer aos clientes. Se a manifestação continuar, logo ficaremos sem a gasolina”.

Situação é preocupante na região

De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores da Amurel, Beto Lima, a situação é preocupante. “Se continuar a manifestação na BR-101 não entrará e nem sairá mercadoria alguma. O nosso combustível que vinha da grande Florianópolis poderá não chegar aqui. Os laticínios que vêm do oeste estão bloqueados. O comércio de cimento e argamassa que vem do Paraná e Imbituba para abastecer a região já não chegam mais por aqui. Quanto aos supermercados, se tiver um estoque bom, tudo bem, mas se não há é claro que faltará em breve. Com certeza faltará muita coisa em nossa região”, alerta.

PRF vai multar caminhoneiros que mantiverem bloqueios

Em entrevista coletiva ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os caminhoneiros que bloquearem rodovias serão multados, individualmente, em valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por hora – valores que vinham sendo determinados pela Justiça, conforme a rodovia. Cardozo explicou que os dados da Polícia Rodoviária Federal serão usados pela Advocacia-Geral da União – AGU para identificar os caminhoneiros e cobrar judicialmente a aplicação da multa estabelecida por descumprimento da ordem judicial.