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Campanha da Alesc: todos iguais porque são diferentes

Foto: Divulgação/DS

Foto: Divulgação/DS

Marina e Caio são irmãos e diferentes. Eles, que têm nanismo, são as estrelas de um dos vídeos da campanha “Todos somos iguais porque somos diferentes”, feita pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina – Alesc.

Para a publicitária Marina Silveira Batista, de 24 anos, o mundo ainda é repleto de preconceito, algo que, para ela, sempre irá existir. “O mundo tem preconceito e a vida inteira lutamos contra. Por mais que se consiga, através das gerações, diminuir os casos, sempre irão existir pessoas preconceituosas”, afirma.

Marina explica que a educação dos dois sempre foi focada para os desejos, para o futuro e o que é possível conseguir alcançar. “Nossa educação, inclusive, nunca foi focada no preconceito, mas no que desejamos para o futuro. Para mim, falar sobre isso é chato, pois parece vitimização. Não quero que as pessoas me achem vítima, pois não sou”, ressalta. 

Ela e o irmão, Caio Silveira Batista, 25 anos, que é internacionalista e estuda Ciências da Computação, foram convidados a ser protagonistas de um dos vídeos da campanha institucional da Alesc. Os dois moram em Tubarão e gravaram por 14 horas em Florianópolis. “O convite veio de repente para falar sobre a questão da deficiência, da diferença. Fizemos algumas entrevistas com os diretores, traçaram nosso perfil e fomos escolhidos. O tema foi abordado de forma legal, leve, sem dramaticidade. Foi gratificante”, explica Marina. 

Segundo ela, a maneira como a campanha foi conduzida foi leve e passou a mensagem desejada. “Foi uma forma diferente de passar o recado da diferença sem ser melancólico ou dramático. Ficou melhor do que abordar o tema de forma pesada, falando de preconceito.”

Além disso, ela crê que a diferença é positiva. “Se não houvesse diferenças, seríamos fantasmas em meio às pessoas. A diferença não está apenas na questão física, mas também na personalidade. E é isso que me diferencia de outros. Tenho personalidade forte para aguentar as dificuldades e para mostrar às pessoas que faço, sim, a diferença. E isso as surpreende”, acrescenta.

Com personagens e histórias reais, os três filmes publicitários produzidos pela Alesc mostram o perfil de pessoas consideradas “diferentes”. A abordagem supera o senso comum ao apresentar protagonistas com síndrome de Down, albinismo e nanismo sem sequer mencionar as deficiências.

Cadastro

Segundo Marina, uma das dificuldades dos produtores dos vídeos foi encontrar pessoas com deficiências para fazer as gravações. “Eles tiveram dificuldades de encontrar um cadastro de quantas pessoas nascem com deficiência e qual o tipo. Existe algo geral, mas não específico. Isso é uma falha no sistema e é por isso que muitas famílias se sentem desamparadas quando alguma criança nasce com problemas. Na verdade, é a família que tem que correr atrás e se virar”, ressalta.

Com informações do site Diário do Sul