Saúde

Campanha #todospelamanu busca arrecadar fundos para menina de Forquilhinha

Como o lado esquerdo do coração não se desenvolveu durante a gestação, bebê precisará passar por três cirurgias após o nascimento.

Foto: Daniel Búrigo

Manuela Corrêa dos Santos está há 34 semanas dentro de barriga da mãe, Neusa Corrêa dos Santos. A previsão para o seu nascimento é o dia 19 de julho, mas, ao nascer, ela e os pais terão que enfrentar o primeiro desafio da vida. Quando Neusa estava na 16ª semana, foi até uma obstetra realizar o ultrassom para descobrir o sexo do bebê e a médica identificou que este estava com algum problema.

Moradores de Forquilhinha, os pais foram orientados a procurar uma cardiologista pediatra em Florianópolis. Lá, a especialista deu o diagnóstico: Manuela possui a Síndrome da Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo. Isso quer dizer que o lado esquerdo do coração da menina não se desenvolveu.

O caso é considerado grave. Uma em cada 5 mil crianças pode apresentar o problema. Para conseguir sobreviver, ela terá que passar por três cirurgias. “A primeira tem que ser realizada em até 24 horas após o nascimento. A segunda entre três e quatro meses de vida e a última, com três anos de idade”, disse Neusa. Os procedimentos precisarão ser efetuados no Beneficência Portuguesa, em São Paulo. O hospital é referência mundial para esse tipo de cirurgia. Para evitar riscos de um parto precoce, a cardiologista pediu que Neusa fosse para o Estado paulista já no próximo dia 4.

“Somente nesta primeira etapa, com base em informações da própria equipe médica do hospital, estimamos um custo de R$ 100 mil. Neusa vai ter que ir alguns dias antes e precisaremos arcar, além dos custos de cirurgia e medicamentos, com hospedagem, transporte, alimentação durante todo esse período. Após feito o primeiro procedimento, ela vai ter que ficar lá até dezembro para ser realizada a segunda cirurgia”, explicou o pai de Manuela, Everton dos Santos.

Pedido de ajuda

O pai revela que, em um primeiro momento, não foi tarefa fácil receber a notícia sobre a síndrome da filha. Como o casal já é pai de um menino de seis anos, esperava que a gestação de Manuela fosse tranquila como a anterior. Por isso, para aceitar que teriam que lidar com o caso da menina logo no nascimento, toparam abrir o caso para pessoas próximas e pedir ajuda foi um momento delicado.

“Demoramos até conseguir compartilhar a situação fora da família. A gente achava que, como função de pais, era de nossa responsabilidade encontrar a solução, arrecadar o dinheiro e fazer a cirurgia, e não dos outros. Depois de recebermos alguns amigos aqui em casa que nos abriram a ideia da importância de buscar ajuda, resolvemos tomar atitudes, agora estamos correndo contra o tempo”, destacou Neusa.

Para levantar o dinheiro necessário, a família está nos preparativos de eventos beneficentes, como uma paella, uma rifa que irá leiloar uma televisão que eles ganharam em uma “vakinha” na internet. “Temos recebido bastante apoio. Isso nos fortalece mais para conseguir superar essa etapa da vida da Manu”, disparou Everton.

A esperança pelo melhor resultado

Mesmo sabendo que as cirurgias da filha serão de alta complexidade e alto risco, o casal não desanima. Para aumentar a esperança de que a filha esteja curada no fim das três cirurgias, eles se juntaram a um grupo em um aplicativo de mensagens, no qual estão reunidos mais de 80 pais que passaram pela mesma situação.

“No começo ficamos assustados. Mas conversando com eles e lendo os relatos, vemos que a esperança de recuperação é grande. Tem algumas crianças que não sobreviveram, mas os pais nos demonstram que, mesmo que o resultado não seja o melhor, a gente lutou até o último minuto pela vida dela. E, claro, temos todo o apoio das pessoas próximas de nós”, acrescentou Everton.

Ele e a esposa, ainda que estejam passando por um período de ansiedade e preocupação, conseguem acender o alerta da importância do diagnóstico precoce. Para Neusa, o foco principal de ter aberto a situação para outras pessoas e aceitar pedir ajuda é a reconstrução do coração da filha, mas ela acredita que a campanha possui um outro ponto importante.

“Graças aos médicos competentes e à realização do ecocardiograma que a nossa expectativa é a melhor possível. Por isso, pedimos aos pais que estão passando por uma gestação para pedir o exame. Caso a criança seja diagnosticada com o problema cedo, as chances de ela sobreviver são muito maiores. Até porque o ultrassom da Manuela apontou que todo o corpo dela está perfeito”, disse Neusa.

Quem desejar contribuir com a campanha pode pesquisar por #todospelamanu no site www.vakinha.com.br ou fazer um depósito na conta poupança na Caixa Econômica Federal, agência: 3415, operação 013, conta 11085-6.

Com informações de Lucas Renan Domingos / Clicatribuna

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