Economia

Carboníferas do Sul de SC projetam queda de 20% com retomada de hidrelétricas

Normalização de reservatórios diminuiu compra no setor para termelétricas. Consumo sofria ascensão, com R$ 3,2 milhões de toneladas por ano.

Foto: Reprodução / G1 SC

Foto: Reprodução / G1 SC

A indústria do carvão no Sul catarinense projeta uma queda 20% na produção. O setor diz que, como as usinas hidrelétricas estão voltando a operar depois de um período de crise da água no Sudeste, as termelétricas já não precisam mais funcionar a pleno vapor.

Nos últimos quatro anos, o consumo pra geração termelétrica pulou de R$ 2,4 milhões toneladas por ano pra R$ 3,2 milhões de toneladas."Nós vínhamos nesta batida em função desta deficiência energética. Sabia-se que reduziria, mas não tão drasticamente como está sendo este ano", diz o diretor administrativo de uma carbonífera, Edson Jamel Hertel.

O Governo Federal anunciou uma redução de 18% na conta de luz residencial no país. Fontes térmicas, como o carvão, são mais caras. O carvão do Sul do estado foi uma das alternativas que ajudou a manter o sistema em funcionamento, conforme o site G1 SC.

As hidrelétricas representam 70% da matriz energética do país.O carvão, uma das fontes térmicas junto com o óleo e o gás, participa com apenas 2% da produção. O presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral defende que é preciso diminuir a dependência da água pra manter a segurança do sistema.

"Foi muito importante (carvão) em 2012 em diante porque mostrou para a sociedade a necessidade de ter energia firme no sistema. Depender do clima, como o vento e o sol não é possível para um atendimento de 24 horas. Precisa de energia firme. E a mais barata das térmicas é o carvão", disse o presidente Fernando Zancan.

Já o presidente da câmara de energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina – Fiesc acredita que este ainda não era o momento de diminuir a produção das usinas termelétricas. "A queda da atividade industrial que reduziu o consumo e tá dando uma folga para o sistema. É uma folga ilusória porque o importante é que o setor voltasse a total carga, gerando emprego", disse Otmar Muller.