Ex-governador de SC diz que disputará vaga para deputado em 2026, busca partido com espaço e provoca a atual gestão
Imagem: Arquivo pessoal
O ex-governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, confirmou que será pré-candidato nas eleições de 2026. Em entrevista ao portal Sul In Foco, ele afirmou que disputará uma vaga no Legislativo, estadual ou federal, e que essa eleição servirá como um “termômetro” para medir a aprovação popular sobre a gestão que ele participou.
Segundo ele, a escolha pela candidatura proporcional se dá também por não precisar se alinhar com nenhum dos lados da atual polarização.
“Será uma oportunidade de mensurar a nossa aprovação e, baseado nela, traçarmos os futuros passos”, disse. Moisés afirmou que ainda não definiu sua filiação partidária, mas busca uma legenda com espaço para construir o projeto político.
Recebeu convite do PSD, mas disse que o partido “está bem ocupado”. Ao avaliar o cenário político catarinense, o ex-governador criticou promessas “messianistas” e ironizou a gestão atual. “Tudo o que está avançando é resultado de obras e projetos iniciados na nossa gestão e paralisados por dois anos. Essas obras foram paralisadas em 2023 e 2024, para serem retomadas agora, a fim de tirar as nossas digitais dessas ações. Algumas estão sendo retomadas com novo nome”, afirmou.
Segundo Moisés, a administração entre 2019 e 2022 foi marcada por eficiência, integridade e equilíbrio fiscal, mesmo durante a pandemia. Ele destacou que a gestão pagou dívidas da saúde, reduziu a dívida pública estadual de R$ 20 bilhões para R$ 12 bilhões, e ainda deixou superávit de R$ 3 bilhões, conforme apontado pelo Tribunal de Contas. “Fizemos um verdadeiro milagre de gestão. Tão cedo não seremos superados, nem por este governo, nem pelo que há de vir. Fizemos história”, declarou.
Sobre a relação com a Assembleia Legislativa, disse que a gestão que ele participou foi a primeira a pagar emendas parlamentares, inclusive da administração anterior. “O parlamento não tem o que reclamar da nossa gestão, só tem saudades”, afirmou.
Carlos Moisés também criticou o modelo de polarização política em Santa Catarina e no país. Disse que, enquanto outros brigavam nas redes sociais para provar quem era “mais bolsonarista”, sua gestão se concentrou em entregar resultados com base em projetos e eficiência. “Estávamos fora da polarização e, mesmo assim, muitos acreditaram e confiaram”, afirmou, referindo-se aos quase 700 mil votos recebidos no primeiro turno das eleições de 2022.
Por fim, apontou o controle interno como o principal desafio para Santa Catarina em 2025. Para ele, com o crescimento da arrecadação, o maior risco é a má aplicação dos recursos. “Se o governo não tem essa consciência do autocontrole, dificilmente os órgãos de controle vão conseguir dar conta de fiscalizar e implementar a boa governança.”