Saúde

Casa de acolhida para dependentes químicos: esperança de um recomeço em Lauro Müller

Com o objetivo de oferecer suporte para dependentes químicos após a clínica de recuperação, uma importante mobilização tem sido realizada em Lauro Müller. Trata-se da Casa de Acolhida Água Viva, localizada na comunidade de Palmeira Alta. O padre Valmor Della Giustina é uma das pessoas engajadas pela causa e explica como funcionará o projeto.

“É importante deixar claro que não se trata de uma clínica, já que a estrutura para isso é diferente. Nosso objetivo é dar apoio aos dependentes químicos após a passagem pela clínica, pois muitos deles perderam muitas coisas e ainda não estão suficientemente preparados. Essa situação os deixa muito carentes e fragilizados. Acreditamos que essas pessoas precisam muito de espiritualidade, de disciplina e de reuniões terapêuticas para desabafar e compartilhar experiências”, explicou.

A atuação no local terá como base o tripé: trabalho, oração e disciplina. Também será aplicada a filosofia do programa de Alcoólicos Anônimos – AA, através dos 12 passos. Lá, os internos terão uma rotina com horários pré-estabelecidos de atividades, responsabilidades e normas de conduta previstas no regimento interno. Além disso, participarão de oficinas. Entre elas, há a possibilidade de conserto de móveis, instrumento musical, agricultura orgânica e panificação.

“As atividades serão realizadas para que eles sejam quase autossuficientes, para que seja uma comunidade praticamente sustentável. Irão plantar tudo o que precisam em horta, pomar e haverá também criação de animais. Na verdade, queremos que as pessoas se tornem lideranças positivas na comunidade, que seja um trabalho de recuperação em todos os sentidos, que quem não tenha profissão, por exemplo, saia com uma. O intuito é que seja um processo de ressocialização, de fato”, afirmou.

Para isso, a estadia em casas de acolhida, de acordo com o padre Valmor, costuma ser de nove meses, em média.

Um trabalho feito a muitas mãos

O trabalho é voluntário e tudo tem sido realizado com o apoio da comunidade. Móveis, materiais para a reforma do local, mão de obra para as obras e melhoria do acesso ao local, maquinário, areão e adubo foram colocados à disposição. Um mutirão de limpeza também já foi realizado.

Além disso, profissionais especializados, tais como psicólogos e enfermeiros, já se prontificaram em colaborar. Os membros da Associação Casa de Acolhida Água Viva realizam todo o trabalho burocrático voluntariamente. “Não só precisamos da colaboração da comunidade como também queremos que ela se sinta parte deste projeto, auxiliando de acordo com a especialidade de cada um”, frisou o padre Valmor.

O terreno, de 4,8 hectares, e o imóvel lá situado foram cedidos pela Prefeitura de Orleans por um período de 20 anos. Entretanto, a estrutura do local está bastante danificada, sendo necessário um trabalho de reforma. Como tudo está sendo feito por meio de uma ação filantrópica, não é possível estabelecer um prazo para que o projeto seja colocado em prática. "Como tudo é feito voluntariamente, dependemos da disponibilidade dessas pessoas. Mesmo assim, queremos que esteja em funcionamento em meados deste ano”, acrescentou.

A associação não tem fins lucrativos. Por isso, a intenção não é cobrar mensalidade. Caso a família tenha interesse em realizar doações espontâneas, serão aceitas. A casa de acolhidas não receberá apenas lauromüllenses, mas também pessoas da região. Aos interessados em contribuir com a causa, é possível realizar doações através da Conta Corrente 13.826-6, do Banco do Brasil, Agência 2247-0, em nome da Associação Casa de Acolhida Água Viva.

Os lauromüllenses Nelson Godinho, Valdecir Miotelli e a esposa Janete também fazem parte da comissão que está à frente do projeto. A Igreja Católica do município, através do movimento de Renovação Carismática, é uma das apoiadoras da causa.

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