Segurança

Caso Elvis: “Não vi grande novidade”, diz delegado

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo / Clicatribuna

O  inquérito policial que apura a morte do professor de Urussanga Elvis de Oliveira, de 27 anos, novamente está com a Polícia Civil. O Ministério Público – MP, por meio da 1ª e 8ª promotorias de Criciúma, solicitou diligências acerca do caso, devido novas informações que chegaram ao MP.

Como a 1ª Vara Criminal, responsável pelo aval no caso do pedido da 1ª Promotoria, possui uma portaria para que os inquéritos voltem diretamente às delegacias competentes, sem a necessidade de análise judicial, uma senha foi disponibilizada para que a Polícia Civil tenha acesso ao parecer do MP por meio do processo, que é digital. Mas a juíza Paula Botke e Silva chegou a intervir neste caso devido a um pedido de quebra de sigilo, conforme o cartório responsável.

O coordenador da DIC, delegado André Milanese, que encerrou o inquérito policial há quase dois meses, disse que já teve acesso informalmente e que não se surpreendeu com o conteúdo do pedido das novas diligências. "Não vi grande novidade. Vi pouca coisa que possa acrescentar. Há alguns detalhes, algumas pessoas que ouviram a companheira de Elvis o chamando de frouxo, dizendo que ele ia se arrepender do que fez, mas não vejo novidade, porque houve, sim, uma discussão, nada anormal para uma briga, que realmente houve. Como ele veio de moto para Criciúma, o que ficou, aliás, devidamente comprovado em imagens das câmeras de segurança, não acredito que tenha ocorrido tempo hábil para outra situação", frisa Milanese.

Segundo a autoridade policial, algumas pessoas serão ouvidas – cerca de quatro novas testemunhas -, dentre elas, um adolescente de Urussanga que teria uma passagem por homicídio e a companheira de um dos acusados de envolvimento. Ele espera encerrar as novas diligências o mais breve possível, ainda antes do prazo, que é de 30 dias.

"O que realmente chama atenção é que o crime ocorreu há quase três meses e, enquanto ainda se discute o envolvimento de mais uma pessoa, outra motivação, os três adolescentes estão soltos. Um deles tem envolvimento em um duplo homicídio, ou seja, praticou três homicídios, e está por aí, na rua. Aí desanima. Estamos enxugando gelo e não há uma contrapartida por parte da Justiça", desabafou a autoridade policial.

O promotor Mauro Canto da Silva, da Curadoria da Infância e Juventude, informou, num contexto geral, não específico, que não há como representar pela internação de adolescentes infratores ao Poder Judiciário se a investigação seguirá ou segue em andamento. A investigação apontou que três adolescentes, dois de 17 anos e um de 16 anos, na época, estiveram envolvidos na morte do professor, por ele ter procurado uma "boca de fumo" no Bairro Renascer, na madrugada de 13 de maio, transtornado, porque havia brigado com a mulher, pedindo para morrer, pois "não tinha mais sentido em viver".

Os adolescentes chegaram a comentar que iriam fazer a vontade dele de uma vez "que não ia dar nada mesmo". O professor também teria comentando, conforme os menores, que no trajeto até Criciúma cogitou se jogar de moto debaixo de um caminhão, mas que não teve coragem.

As versões não foram aceitas pela família, amigos e conhecidos do professor, que chegaram a fazer uma manifestação pacífica em Urussanga dias depois. Após a conclusão do inquérito por parte da DIC, a documentação, com cerca de 300 páginas, foi encami-nhada à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso – DPCAMI para formalização. O delegado titular da delegacia especializada, Fernando Possamai, encerrou o procedimento como latrocínio (roubo com morte), pela subtração do celular da vítima e de R$ 140 que estavam na carteira dela, e solicitou a internação do trio.

Com informações de Talise Freitas / Clicatribuna