Segurança

Caso Luna: as perguntas sem respostas que cercam o assassinato da menina em SC

Há uma semana crime que chocou Santa Catarina segue envolto a mistérios

Divulgação

Perguntas sem respostas ainda cercam o assassinato de Luna Gonçalves, menina de 11 anos encontrada morta dentro de casa em Timbó, na última quinta-feira (14). Por que ela tinha indícios de violência sexual? A mãe foi mesmo a autora do crime? Como foram as últimas horas de vida da pequena? Essas e outras respostas devem ser dadas pela Polícia Civil nos próximos dias.

O objetivo do delegado André Beckman, responsável pelo caso, é terminar as apurações dentro do prazo de 30 dias.

O laudo sobre o que causou a laceração na vagina da pequena foi entregue ao investigador na quarta-feira (20). Informações preliminares indicam que houve estupro, mas a confirmação deve ser dada pelo delegado, que prefere se manifestar ao final do inquérito.

Há uma semana padrasto e mãe estão presos temporariamente para “garantir a continuidade das investigações”, conforme Beckmann.

Desde que a estudante do 6º ano foi encontrada sem vida, com hematomas por todo o corpo, reviravoltas e contradições marcaram os depoimentos dos responsáveis por ela. Com isso, questionamentos se formaram:

Quem matou Luna?

Inicialmente o casal disse que Luna havia caído da escada na noite de quarta-feira (13) por conta de um gato, machucou-se, jantou, tomou banho e foi dormir. Depois da meia-noite, ao verem que a menina não estava bem, acionaram os bombeiros militares.

A médica que atendeu a vítima no Hospital Oase acredita que ela morreu quase quatro horas antes de chegar à unidade de saúde.

No segundo depoimento, ao ouvir do delegado que o companheiro seria preso, a mãe decidiu confessar o crime. Contou que sofre de síndrome do pânico e que teve um ataque de fúria ao descobrir que a filha era “sexualmente ativa”. Bateu na menina a socos e chutes. Tanta raiva sobre o assunto foi justificada pelo fato da mãe ter sido prostituta no passado e não querer que Luna seguisse o mesmo caminho.

Apesar da confissão, algumas falhas na narrativa foram identificadas. Uma delas a informação de que depois de ser espancada a menina teria jantado. A perícia não encontrou comida no intestino da vítima, o que significa que ela não comeu.

Por que Luna foi morta?

Na versão da mãe, a justificativa para a agressão foi o suposto namorado da menina. Ela descobriu que a filha estava com um garoto depois que Luna foi à padaria e demorou para voltar para a casa. A polícia confirmou a ida da criança ao estabelecimento, mas não esclareceu se ela realmente desviou o trajeto.

Luna realmente tinha um namorado? Quem?

Mesmo tendo dito que a filha tinha um parceiro sexual, a mãe não soube explicar quem era esse rapaz.

Por que ela tinha um ferimento na vagina e quem foi o autor?

A autoria da violência sexual ainda não foi esclarecida. Luna tinha uma laceração na vagina. O laudo que confirma ou não o estupro já está nas mãos da Polícia Civil e é peça-chave na investigação.

Como foram as últimas horas de vida de Luna?

Sabe-se até o momento que, naquela quarta-feira, a menina foi à padaria e também faltou a escola. O que fez durante as horas que antecedem o crime, porém, ainda é um mistério. No mesmo dia, o Conselho Tutelar também notificou a família pelas faltas dela no colégio, que não eram justificadas devidamente pelos responsáveis.

O que aconteceu entre o horário da morte e o pedido de socorro?

Como a médica afirmou que a criança morreu cerca de quatro horas antes da chegada ao hospital, houve um intervalo de tempo em que o corpo dela ficou dentro do imóvel. O que o casal fez nesse período? Em depoimento, o homem falou que deu aula naquela noite. Porém, depois das 22h já estaria na residência.

Relembre o caso

Luna foi encontrada morta em Timbó na madrugada de quinta-feira (14). Ela vivia com a mãe, o padrasto, a irmã de seis anos e o irmão de nove meses, segundo apurou a Polícia Civil. O casal estava se relacionando há cerca de um ano, ainda conforme o delegado.

Apesar de morarem durante meses em uma rua residencial do bairro Imigrantes, nem a mãe e muito menos os filhos eram vistos ou ouvidos pelos vizinhos. Em depoimento, a mulher disse que não saía do imóvel por escolha própria, por sofrer síndrome do pânico. Com isso, também não deixava que as filhas fossem para a rua.

De acordo com a Polícia Militar, o padrasto de 41 anos tem passagens na polícia por crimes como violência doméstica, dano, lesão corporal e estelionato. Ele trabalhava como professor de Jiu-Jitsu em academias da cidade, mas perdeu os empregos com a repercussão do caso.

— Chorou ao contar que do dia para noite não tinha mais nada e que era apontado na rua como culpado. A mãe, por outro lado, não demonstrou em momento algum emoção. Ficou o tempo todo olhando para baixo — conta André.

A mãe de Luna confessou o crime apenas no segundo depoimento à Polícia Civil. Já o padrasto da menina permaneceu em silêncio. Os dois estão detidos para “garantir a continuidade das investigações”, explicou Beckman.

Inicialmente o casal disse que Luna havia caído da escada na noite de quarta-feira (13) por conta de um gato, machucou-se, jantou, tomou banho e foi dormir. Depois da meia-noite, ao verem que a menina não estava bem, acionaram os bombeiros, e a menina foi levada ao Hospital Oase.

Foi a instituição de saúde que acionou a Polícia Militar, pois a menina tinha hematomas por todo o corpo e uma laceração na vagina.

No mesmo dia, o padrasto e a mãe da pequena foram ouvidos pela Polícia Civil e contaram a história da queda da escada. No entanto, contradições na narrativa foram apuradas pelos investigadores, o que fez com que ambos fossem chamados novamente à delegacia no dia seguinte.

Ao saber do mandado de prisão temporária contra o parceiro, a mulher mudou a versão e assumiu a autoria do crime.

Enquanto os mistérios do caso envolvem a cidade de pouco mais de 45 mil habitantes, quem teve contato com Luna tenta encaixar peças de um quebra-cabeça que só pode ser montado pela Polícia Civil.

A mãe de uma estudante que dividiu a sala com Luna conta que a vítima era muito quieta, de poucos amigos. Ou melhor, amigas, pois a pequena não podia se aproximar de meninos na escola. Na hora dos trabalhos em grupo ou dupla, pedia à professora para fazer com alguma companheira de classe, jamais do gênero oposto.

O atestado de óbito mostra que a garota sofreu politraumatismo. Ela tinha lesões internas no crânio, baço, pulmão, intestino, laceração na vagina e também estava com o rosto machucado.

A perícia feita na casa da família encontrou marcas de sangue nas proximidades do quarto da criança, no sofá, em uma toalha, fronha e em uma calça masculina.

Com informações do NSCTotal

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