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Caso Mariana Ferrer: Cidades de SC têm atos pedindo justiça e o fim da violência contra a mulher

Dezenas de mulheres foram às ruas em Florianópolis, Joinville e Criciúma. Tratamento recebido por jovem durante julgamento provocou indignação.

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Pelo menos três municípios de Santa Catarina tiveram atos neste sábado (7) pedindo o fim da violência contra a mulher e justiça no caso Mariana Ferrer. Dezenas de pessoas, principalmente mulheres, foram às ruas em Joinville, no Norte catarinense, em Criciúma, no Sul do estado, e também em Florianópolis.

Mariana Ferrer acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la estuprado em dezembro de 2018, durante uma festa em um beach club de Florianópolis. Ele foi absolvido pela Justiça.

O vídeo da audiência que ocorreu em setembro foi publicado na última terça-feira (3) pelo site The Intercept Brasil. Na gravação, o advogado de defesa, Cláudio Gastão da Rosa Filho, exibe fotos sensuais feitas por Mariana Ferrer quando era modelo profissional, definindo-as como “ginecológicas”; ele afirma ainda que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana e, ao vê-la chorar, diz: “Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo.”

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O tratamento dado à jovem durante o julgamento provocou indignação. Na quarta-feira (4) ocorreram protestos em Florianópolis e também em Chapecó, no Oeste. Neste sábado, os atos voltaram a ocorrer na capital e também em Criciúma pela manhã e de tarde em Joinville.

Em Joinville, o grupo de cerca de 200 mulheres, segundo a Polícia Militar, e de 300, conforme a organização, saiu da sede da Ordem dos Advogados do Brasil em direção à prefeitura com faixas e cartazes pedindo o fim da violência e abuso contra as mulheres e justiça por Mariana Ferrer.

Na capital o grupo se concentrou em frente à catedral e depois seguiu pelas principais ruas do centro. Em Criciúma o protesto ocorreu na Praça Nereu Ramos, no Centro da cidade.

Todas usavam máscara e mantiveram distanciamento de pelo menos um metro durante os atos que duraram aproximadamente uma hora.
Audiência

No vídeo da audiência divulgado na terça, é possível ver que a jovem reclamou do interrogatório para o juiz. “Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”, diz ela.

O juiz avisa Mariana que vai parar a gravação – a audiência foi feita por videoconferência – para que ela possa tomar água e pede para o advogado manter um “bom nível”.

A defesa de Mariana Ferrer repudiou a sentença do Poder Judiciário catarinense e reforçou que só a vítima pode afirmar se houve ou não consentimento, não o promotor ou o juiz.

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A Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina (OAB/SC) está com um procedimento em andamento para apurar a conduta do advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho durante a audiência.

O advogado informou à NSC TV que as dinâmicas entre acusação e defesa muitas vezes seguem ritos acalorados. Ele diz ter “a convicção de ter atuado dentro dos limites éticos, legais e profissionais, considerando-se a exaltação de ânimos que costuma ocorrer em audiências como aquela”.

Na quarta-feira, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu a retirada do sigilo da gravação para que os órgãos de controle tenham acesso à íntegra da audiência.

Mais reações

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e a Associação de Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia (APD) protocolaram junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na quarta uma representação contra o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho.

Em nota, as entidades dizem que “Para os juristas, a atitude de Cláudio Gastão na audiência tem repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, ao agir de forma incompatível com a ética, o decoro e o dever de respeito à dignidade da pessoa humana”.

Com informações do G1 SC

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