Saúde

Casos de rotavírus causam preocupação

Em Laguna, cerca de 40% das internações no hospital são ocasionadas por esta doença infecciosa

Foto: Reprodução Jornal Notisul

Foto: Reprodução Jornal Notisul

A possibilidade do aumento do número de pessoas contaminadas devido a influência de bactérias e vírus, ocasionada pelo forte calor, tem deixado hospitais, clínicas especializadas e vigilância epidemiológica da região em alerta. 
 
Conforme reportagem do jornal Notisul, nesta época do ano, amebas e rotavírus são os casos mais comuns, o que pode a vir a se tornar um surto. “Dos atendimentos na emergência do hospital, 30 a 40% dos casos são destas doenças, sazonais do verão. Muitas vezes, a água contaminada e a própria alimentação com frutos do mar, por exemplo, podem ser as responsáveis pelo aumento no índice de internação”, explica o diretor técnico do Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos, o médico Fernando Henrique Souza Pache, de Laguna.
 
Segundo o especialista, as viroses atacam mais os idosos e as crianças pelo fato da imunidade ser mais baixa. “As bactérias são oportunistas. Se não forem tratadas logo podem causar uma gastroenterite e agravar o quadro clínico”, informa Fernando.
 
Já a enfermeira assistente do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, acredita que a onda de calor dos últimos dias pode influenciar nas ocorrências de contaminação. “Ainda não houve um aumento tão considerável, mas a preocupação é com o retorno das aulas no próximo dia 17. Os alunos dividem o mesmo banheiro, o mesmo ambiente na sala de aula e pode disseminar a doença. Os cuidados com a higiene são fundamentais”, avisa Edna. 
 
Para a médica Talita Menegali, da Clínica Pró-Vida, em Tubarão, a qualquer sintoma de vômito, diarreia ou febre, o paciente deve procurar imediatamente o atendimento médico. “Os primeiros socorros são primordiais para a boa recuperação do enfermo. A automedicação atrapalha o tratamento”, alerta Talita.
 
O que é um surto de uma doença? 

Um surto de uma doença ocorre em números maiores do que o esperado em uma comunidade ou região, ou durante uma estação do ano. Um surto pode estabelecer-se em uma comunidade ou até estender-se a vários locais, e pode durar de dias a anos. 
 
Tipos de rotavírus

Existem sete tipos diferentes de rotavírus, mas somente três deles infectam o homem e causam gastrenterite aguda. Essa variedade de sorotipos explica porque a pessoa pode ser infectada mais de uma vez, embora seja possível desenvolver certo grau de proteção cruzada que torna mais leve a infecção por um tipo diferente de rotavírus.
A infecção pode ocorrer em qualquer idade. A estimativa é que até os cinco anos todas as crianças terão pelo menos um episódio de infecção e que uma em cada 300 infectadas pode morrer em consequência das complicações. Nos adultos, a infecção costuma ser mais benigna. O rotavírus é transmitido por via fecal-oral, pelo contato direto entre as pessoas, por utensílios, brinquedos, água e alimentos contaminados. Medidas de saneamento básico são fundamentais para prevenir a transmissão do vírus.
 
Sintomas

Em alguns casos, a infecção pode ser sem sintomas. Quando eles aparecem, os mais importantes são: diarreia aguda, geralmente aquosa, sem sinais de muco e sangue; vômitos; febre e mal-estar; coriza e tosse, às vezes; desidratação, nos quadros graves.
Os quadros leves são autolimitados: a infecção dura alguns dias e regride. Os mais graves estão associados à desidratação e podem ter complicações fatais.
 
Diagnóstico

O diagnóstico clínico pode ser confirmado por um exame laboratorial específico para pesquisar a existência do vírus nas fezes do doente. A amostra deve ser coletada nos primeiros dias da infecção.
 
Tratamento

Não existem medicamentos específicos para combater a infecção por rotavírus. O fundamental é manter a criança hidratada, repondo constantemente o líquido perdido nos vômitos e nas evacuações. São sinais de desidratação: letargia, irritabilidade, muita sede, diminuição do volume da urina, boca seca, olhos encovados e ausência de lágrimas.
Os quadros leves podem ser tratados em casa com soro caseiro, muito líquido e alimentação normal, especialmente se for leite materno, mas sempre respeitando a orientação médica. Os quadros graves exigem internação hospitalar.
 
Recomendações

Lave as mãos cuidadosamente e com frequência, especialmente depois de usar o banheiro e trocar as fraldas das crianças, antes das refeições e quando for preparar os alimentos.
Lave bem e deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e legumes que serão ingeridos crus.
Use água tratada para beber e no preparo dos alimentos.
Mantenha sempre bem limpos os utensílios de mesa e os que são usados na cozinha.
Lembre-se de que o soro caseiro e os produtos equivalentes contêm sais minerais importantes para reidratar o paciente.
Procure o médico tão logo a criança apresente episódios de diarreia aguda.