Economia

Centenas de caminhoneiros estão parados próximos ao Porto de Imbituba desde o fim de semana

Centenas de caminhoneiros aguardam, desde o último final de semana, o desembarque de milhares de toneladas de grãos de seus caminhões nas docas do Porto de Imbituba.

A falta de infraestrutura para a triagem das cargas nos veículos graneleiros se tornou o principal entrave encontrado pela administração portuária, prefeitura e Governo do Estado, no escoamento dos produtos, em sua maioria destinada a exportação.

Conforme líderes sindicais e motoristas, aproximadamente 800 veículos transportados com milho e soja se encontram parados em postos de combustíveis próximos a BR-101 (acesso norte de Imbituba) e acostamentos no centro da cidade.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Imbituba, na segunda-feia (01), a Polícia Militar foi acionada para notificar os caminhões estacionados irregularmente no centro da cidade. Centenas deles retornaram às margens da BR-101.

O caminhoneiro David Michel de 45 anos, natural de Jaraguá do Sul, aguarda o desembarque  de 32 toneladas de soja do seu caminhão junto ao porto. Segundo ele, houve confusão entre os motoristas no início da semana e a Polícia Militar foi acionada. “Estou desde domingo aqui no posto de gasolina. A triagem é desorganizada. Se meu caminhão era 150º a entrar no posto, hoje passou a ser o 200º. É muita tensão e a expectativa é que grande parte destes motoristas passem o Carnaval dentro do caminhão”, destaca. (veja video abaixo de um dos caminhoneiros parados próximo a BR-101)

A Polícia Militar confirma a situação e ressalta que notificações serão aplicadas caso os caminhões voltem a estacionar nas vias municipais. “Sempre transportei grãos para o porto. A última superlotação que vi foi há 15 anos. Em dias normais, a espera não passa de 48 horas. Vai completar uma semana e a família fica aflita”, relata David.

Em contato com o Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas da Região da Amurel – Setram, os dirigentes desconhecem o fato.

O Governo Municipal de Imbituba, através de sua assessoria, afirma conhecer o problema e a carência de centros de triagem adequados para comportar um grande número de caminhões. O prefeito municipal Jaison Cardoso está em Florianópolis tratando do assunto com o Governo do Estado.

Ainda segundo a assessoria municipal, existe um termo de cooperação técnica entre Governo Estadual, administração portuária e o município para melhorias no acesso norte da cidade, principal rota dos caminhões até o porto, mas nada relacionado a novos postos de triagem.

Atualmente a triagem é feita no estacionamento de um posto de combustíveis desativado no centro da cidade, o antigo Posto Magé, com condições que não são as ideais para manobra, estacionamento e espera na principal via de acesso.

Já a SCPar Porto de Imbituba, emitiu uma nota oficial ao Portal Sul In Foco, sobre o problema de superlotação de caminhões na cidade portuária:

Infraestrutura externa

O diretor presidente do porto, Luis Rogério Pupo Goncalves ressalta na nota que, “o Porto de Imbituba tem trabalhado intensamente no aumento da sua movimentação, com isso ocorre que a cidade também precisa se preparar para esse crescimento, o que envolve diretamente questões de infraestrutura, principalmente no que tange a área fora do porto”.

Demanda e logística

Quanto a demanda de caminhões que se dirigem ao porto, Pupo afirma que “o Porto de Imbituba trabalha hoje com uma classificação dos postos de gasolina que atendam a essa demanda, porém há uma necessidade de se fazer um acerto com as transportadoras para que haja uma classificação correta de todos os caminhões, para que eles possam ter acesso ao porto. O que estamos fazendo hoje é trabalhar de maneira que o excesso de caminhões fique em espera ao longo da BR 101 e ingresse no porto de acordo com as possibilidades de carregamento”.

Chuva

Quanto ao atraso nos desembarques dos caminhões e embarque nos navios, o diretor presidente Luis Rogério Pupo Goncalves, afirma que “as chuvas têm atrapalhado as possibilidades de carregamento o que faz com que o tempo de espera fique maior que o previsto. Em 10 dias de chuva nós poderíamos ter carregado algo entre 100 e 150 mil toneladas e não foi possível”.

Solução dos espaços de triagem

“O porto está lançando um edital de cadastramento das áreas de interesse para realizar triagem para o porto que estará disponível semana que vem. Então, todos os interessados em participar desse processo de disponibilização de área para triagem de caminhões terão acesso para que possamos atacar este tipo de problema”, ressalta Pupo na nota emitida pela assessoria de imprensa portuária.

Até 10 dias

Luis Rogério Pupo Goncalves finaliza enaltecendo que o atraso é originario de uma situação pontual e será resolvida em breve. “Enfatizo que esta é uma circunstância temporária que está ocorrendo em função de uma adversidade, principalmente climática e, o porto está fazendo todo o possível para que se reduza este tipo de problema. Imaginamos que, nos próximos dez dias ou menos, essa situação estará totalmente sanada e a movimentação fora do porto estará regularizada”.

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