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Certificação abre mercado brasileiro para a Avícola Fragnani

Única empresa do Sul Catarinense a carregar o selo do Sisbi visa duplicar a produção nos próximos meses

A adesão de Santa Catarina ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Suasa) abriu novos horizontes de mercado para este setor industrial catarinense. A Avícola Fragnani, de Cocal do Sul, adotou posição de vanguarda no processo ao se tornar uma das três primeiras empresas do Estado a conquistar a certificação referendada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e sente os reflexos positivos logo nos primeiros meses com o selo impresso nas embalagens.

Única indústria da região Sul e pioneira no setor aviário na conquista da chancela do Sisbi-Suasa, a Fragnani passa a poder comercializar os 40 produtos de carne de galinha para todo o território nacional. Segundo o presidente da empresa, Zenor Calegari Fragnani, a certificação junto ao Sisbi-Suasa coroa um trabalho construído ao longo dos últimos três anos. “Tínhamos o planejamento de abrir portas do mercado em outros estados, para isso ampliamos nosso controle de qualidade em todos os setores, fizemos adequações pontuais e aguardamos todos os trâmites burocráticos”, conta.

O rigor dos padrões federais para a liberação do Sisbi-Suasa em Santa Catarina tem a fiscalização da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), órgão vinculado ao Governo do Estado. Para conseguir o selo, todos os processos passam por inspeção de funcionários públicos. Os olhos atentos dos inspetores conferem tudo, desde o recebimento da matéria-prima até a entrega do produto embalado.

A atuação da Cidasc na fiscalização dos estabelecimentos catarinenses, até março deste ano, competia apenas à certificação pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE), que autoriza a comercialização dos produtos de origem animal dentro de Santa Catarina. A formalização de um convênio com o MAPA proporcionou a atribuição também da outorga do Sisbi. “Através de um plano de ação junto às empresas, padronizamos os processos visando a segurança alimentar e exigimos uma série de documentos atualizados. É fundamental por exemplo, possuir os programas BPF (Boas Práticas de Fabricação) e PPHO (Procedimentos Padrões de Higiene Operacional)”, explica o coordenador de inspeção da Cidasc na região Sul, Roberto Radamés Netto.

A introdução em outros lugares do país poderia ter ocorrido antes, segundo Fragnani, porém somente o SIE não permitia a comercialização. O empresário observa que as redes de supermercado anteriormente poderiam abastecer somente as lojas situadas em território catarinense. “Tínhamos essa demanda de alguns clientes que possuem unidades fora do Estado. De imediato começamos a ter nossos produtos vendidos também no Paraná e em breve entraremos em São Paulo, Mato Grosso e Goiás por esses grupos maiores”, revela o empresário.

O ingresso da indústria aviária de Cocal do Sul no Sisbi-Suasa resultou no aumento contíguo na produção e a ampliação em 20% no quadro de funcionários. “Atualmente temos a capacidade de abater 7 mil galinhas (ou galos) e avaliamos a possibilidade de expandir a fábrica até o fim do ano que vem pelo crescimento da demanda e também de oferta. Estávamos engessados por poder comprar galinha apenas de dentro do Estado, onde encontrávamos dificuldade de preço e disponibilidade. Agora podemos buscar matéria-prima em outros estados”, pontua Fragnani.

Estimular o aumento da competitividade da indústria catarinense de produtos de origem animal, conforme o gerente regional Sul da Cidasc, Wilmar Warmling, consiste o objetivo principal do Estado ao aderir ao Sisbi-Suasa. “A conquista de novos mercados promove a geração de emprego e renda dentro de Santa Catarina. Por outro lado, torna-se ainda mais importante pelo fato de produtos vindos de outros estados com este selo poderem entrar aqui, aumentando ainda mais a concorrência interna”, salienta.

Ao ver uma embalagem com o selo do Sisbi, os consumidores possuem a garantia de que o produto passou por procedimentos padrões para a garantia da segurança alimentar, conforme Netto. “A certificação consolida todos os processos de controle de qualidade implantados na empresa e nos assegura um status equivalente às grandes agroindústrias fiscalizadas diretamente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, afirma o responsável técnico da Avícola Fragnani, Diego Heinzen.

A empresa

A Avícola Fragnani atua no mercado há 30 anos. Empresa de administração familiar sediada em Cocal do Sul, no bairro União, comercializa os produtos derivados de galinha tendo como principais clientes as grandes redes de supermercado, restaurantes e distribuidoras. Parte da produção é terceirizada para a Tyson.

Colaboração: João Pedro Alves