Saúde

Chega a 29 o número de mortes por gripe A e B em Santa Catarina

Na região, as cidades de Orleans, São Martinho e Praia Grande contabilizam uma morte cada ocasionada pela doença.

Foto: Divulgação

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Chegou a 29 o número de mortes por gripe A e B em Santa Catarina em 2016, conforme novo boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) nesta quinta-feira (12). São 28 mortes por gripe A e uma por gripe B.

Dessas 28 mortes por gripe A, 21 são pelo subtipo H1N1 e sete são investigadas para identificar o subtipo, se é H1N1 ou H3N2.

São 180 pessoas internadas em hospitais por gripe A e B no estado. Dessas, 103 são por gripe A H1N1, outras 75 são por gripe A em análise para identificar o subtipo e duas são por gripe B.

Pela primeira vez, as cidades de Concórdia, Mondaí e Videira, no Oeste do estado, e Campo Alegre e Canoinhas, no Norte, registraram pacientes internados com gripe A.

Em relação ao boletim anterior da Dive, houve três novas mortes por gripe A. Elas ocorreram em Mondaí, Campo Alegre e Jaraguá do Sul, no Norte.

Pacientes pelo estado

As regiões de Blumenau, Araranguá, Itajaí e Joinville concentram o maior número de casos confirmados de gripe A e B, segundo o boletim.

Blumenau registrou o maior número de pacientes internados, com 38 casos, seguido por Joinville, com 24, Florianópolis, com 11, e Lages, com 10.

No total, foram registrados casos em Araranguá, Ermo, Sombrio, Balneário Gaivota, Praia Grande, Blumenau, Brusque, Timbó, Gaspar, Rio dos Cedros, Concórdia, Canoinhas, Caibi, Chapecó, Balneário Camboriú, Penha, Itajaí, Itapema, Guaramirim, Schroeder, Jaraguá do Sul, Barra Velha, Balneário Barra do Sul, São Francisco do Sul, Joinville, Braço do Norte, São Martinho, Santa Rosa de Lima, Florianópolis, Alfredo Wagner, Palhoça, Canelinha, São José, Morro da Fumaça, Orleans, Criciúma, Laguna, Imbituba, Capivari de Baixo, Tubarão, São Bento do Sul, Lages, Capão Alto, Correia Pinto, São José do Cerrito, Videira, Mondaí, São Miguel do Oeste, Paraíso, Rio do Sul. Também há outros três casos de outros estados.

Dos 180 pacientes hospitalizados por gripe A e B, 145 tinham algum fator de risco. São 90 portadores de doenças crônicas, 19 obesos, 20 idosos, seis com menos de 2 anos de idade e nove gestantes.

Mortes

Dentre as 25 pessoas que morreram com gripe A, cinco eram moradoras de Blumenau, quatro de Araranguá, duas de Guaramirim, duas de São José, duas de Joinville e uma em cada um destes municípios: Brusque, Lages, Sombrio, Balneário Barra do Sul, Orleans, Florianópolis, Praia Grande, Penha, São Martinho, Mondaí, Campo Alegre, Jaraguá do Sul e Rio dos Cedros.

Em Jaraguá do Sul também houve a morte por gripe B. Das 29 mortes, 26 foram de pacientes que tinham algum fator de risco associado, como doença crônica, obesidade e idade avançada.

Esses pacientes começaram a tomar o medicamento, em média, cinco dias após o início dos sintomas: febre, tosse ou dor de garganta e pelo menos mais um dos seguintes sintomas: dor nos músculos, dor de cabeça ou dor nas articulações. A recomendação é a utilização do antiviral em até 48 horas após o início dos sintomas.

Comparação com outros anos

Em comparação com 2012, 2013, 2014 e 2015, foi mais cedo em 2016 a época em que a Dive começou a registrar casos de pessoas hospitalizadas por causa do vírus Influenza.

De 2012 a 2015, isso começava a ocorrer na última semana de abril. Este ano, já havia casos no final de fevereiro. No boletim, a Dive não apontou razões para isso.

Em 2012, o vírus Influenza A H1N1 predominou. No ano seguinte, foi o mesmo caso, porém com pacientes também de Influenza A H3N2. Em 2014, houve predomínio do H3N2. No ano passado, os vírus Influenza tiveram baixa circulação.

Vacinação

A vacinação contra a gripe começou em Santa Catarina na segunda (25), quando houve filas nos postos de saúde. As doses são distribuídas gratuitamente para o público-alvo da ação. A campanha vai até 20 de maio.

Tem direito à vacina gratuita o mesmo grupo do ano passado: crianças menores de 5 anos, gestantes, mães até 40 dias após o parto, idosos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e portadores de doenças crônicas.

Quem não faz parte do público-alvo da vacina pode tentar conseguir pela rede privada. A Dive disponibiliza em seu site uma lista de salas de vacinação habilitadas no estado. Em Florianópolis, por exemplo, é possível conseguir a imunização por cerca de R$ 70.

Somente casos graves são notificados

À primeira vista, o índice de mortalidade de gripe A e B pode parecer elevado, mas é preciso considerar que todos os casos monitorados e divulgados pela Dive são de pacientes graves, explicou o superintendente da Dive, Fábio Gaudenzi.

É por essa razão que as gripes A e B têm, proporcionalmente, um número maior de mortes em comparação, por exemplo, com a dengue. A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, também é monitorada pela Dive, mas de uma forma diferente.

"Na dengue, todo caso suspeito é notificado. A maioria são casos leves, que não necessitam de internação, [a doença] tem uma quantidade pequena de casos graves", explicou Gaudenzi.

"No caso da Influenza, a Dive não monitora todos os casos de gripe, só os casos graves, de pacientes que estão internados. Precisa ter febre, tosse, dor de garganta e estar internado. Proporcionalmente, tem um número maior de óbitos", continuou o superintendente.

Com informações do G1 SC