"Mas afinal, o que é cidadania?", reflete a professora Ana Maria Dalsasso em sua coluna desta quarta-feira (03).
Outro dia acompanhei um trabalho de adolescentes num colégio particular da região quando discutiam um tema extremamente interessante e intrigante: “cidadania não tem idade”.
Digo interessante e intrigante porque ultimamente em nosso país parece-me que cidadania é algo que está apenas na teoria, considerando os desmandos e o desrespeito para com o povo e a nação brasileira oriundos da classe política, com os quais já nos acostumamos, e agora também daqueles que deveriam zelar pela soberania da pátria: ministros e juízes, nos quais mantínhamos a esperança de justiça.
Mas afinal, o que é cidadania? Será que todos sabem? Será que a atitude de nossos representantes públicos e a justiça brasileira estão agindo dentro dos princípios cidadãos? Ou estão defendendo interesses escusos?
Cidadania vai além do direito de votar e ser votado
A verdadeira cidadania está presente no cidadão desde o seu nascimento, pois a partir de então, por lei, lhe é assegurado o direito à vida digna com saúde, segurança, educação, liberdade, trabalho justo, muito embora a sociedade atual venha deixando a desejar pela falta de responsabilidade de nossos governantes e pela corrupção que se instalou no país. Mas, é no seio familiar que se inicia a educação para o exercício da verdadeira cidadania.
Falar de cidadania é falar dos direitos e deveres inerentes a todo indivíduo que vive em sociedade e com ela tem o compromisso de contribuir para seu crescimento, desenvolvimento e bem-estar, pois o verdadeiro cidadão é aquele que age ativamente ultrapassando barreiras, desafiando o novo, fazendo com que as coisas aconteçam, promovendo o crescimento do meio em que vive.
O cidadão tem de ser ativo na comunidade onde vive
Todo indivíduo tem direitos e deveres estabelecidos na constituição do país, e viver de acordo com as normas estabelecidas é condição indispensável para o verdadeiro exercício da cidadania, mas além de boa conduta na observância às normas, o cidadão tem de ser ativo na comunidade onde vive, participando para seu desenvolvimento, fazendo a diferença, motivando outros, ensinando, agindo coletivamente.
A verdadeira cidadania é alcançada pelo exemplo, pela atitude, pela motivação, indo além do senso comum, buscando sempre o novo. É agir sempre pensando no coletivo visando o bem comum, consciente de que o mundo real, na maioria das vezes, é bem distante do ideal, mas é a persistência, o comprometimento, a atitude, o espírito cidadão que tem o poder de transformação social.
Cidadania vai além do direito de votar e ser votado, pois implica em trabalhar para a construção de uma nova sociedade, promover mudança de mentalidade, sempre buscando seus direitos, mas cumprindo fielmente seus deveres de acordo com as normas constitucionais, lembrando que é compromisso da educação de um país preparar o cidadão para o verdadeiro exercício da cidadania.
Assim sendo, é preciso ter em mente que para exercer dignamente sua cidadania todo cidadão tem de ser ético, isto é, viver os valores morais como: caráter, integridade, honestidade, normas de conduta ideal para toda sociedade justa e humanitária.
Que todas as escolas cumpram sua missão na formação de nossos jovens, a exemplo da escola citada no início do texto, porque se elas não o fizerem, não esperemos que outros, além da família, o façam.