Economia

Com queda na produção, carvão aposta em expansão

Balanço do Siecesc inclui crescimento da Satc com laboratório único na América Latina

Foto: Nei Manique / Engeplus

Foto: Nei Manique / Engeplus

Com uma queda de 6% na produção em 2015, o setor carbonífero irá amargar uma retração ainda mais expressiva de 19% no próximo ano, mas sem sobressaltos. "O período é de ajustes e de atenção", tranquilizou nesta sexta-feira (18) o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, Fernando Zancan.

Diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Extração de Carvão de Santa Catarina, Zancan esmiuçou os volumes atuais para retratar as perspectivas ao setor em 2016. "Estamos fechando o ano com uma produção mensal de 270 mil toneladas e haverá uma redução de 10 mil por mês a partir de janeiro. Em junho, ela estabiliza em 200 mil toneladas porque esta é a compra mínima prevista em lei".

Ao longo de 2015, coube às usinas térmicas "segurar o setor", descreveu o dirigente. "Em março, teremos o leilão anual realizado pelo Governo Federal para o qual a nossa Usitesc está cadastrada. Dependendo dos preços de demanda, poderemos ter um cenário com profundo impacto positivo na nossa região."

Desde a posse do ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, o diálogo com Brasília "mudou para melhor", acrescentou Zancan. "Em recente encontro na Capital, o ministro se mostrou claramente a favor da utilização do carvão nacional. Uma posição bem recebida por nós porque incluirá a modernização das nossas usinas térmicas."

As dificuldades reveladas no atual semestre pela Carbonífera Criciúma e Cooperminas não refletem um quadro de crise no segmento, garantiu ele. "São questões pontuais em ambos os casos e tipicamente empresarial no caso da Criciúma. Tampouco tem a ver com a falta de jazidas. A Criciúma, por exemplo, tem reserva licenciada, apenas não conseguiu ainda retomar a produção."

Ensino em expansão

 

Diretor executivo também da Satc há 25 anos, Zancan apresentou um balanço positivo e um conjunto de metas de crescimento da instituição. "Neste ano, conseguimos triplicar o Laboratório de Combustíveis Sólidos Luiz Henrique da Silveira, resultado de um investimento de R$ 5 milhões", revelou. "Na próxima semana, lançaremos a Incubadora Tecnológica."

Entre as projeções para 2016, destaque para a revitalização do Colégio Servos de Maria, em Turvo, a implantação da educação infantil a partir dos três anos em Criciúma, do ensino técnico em Imbituba e São Ludgero, e do curso de Engenharia de Minas. "Será o único entre Porto Alegre e São Paulo", sublinhou.

O projeto mais arrojado, porém, será o do primeiro Laboratório de Captura de CO2 na América Latina, de acordo com o Portal Engeplus. "Já registramos patente industrial internacional inédita de uso da cinza do carvão e vamos assinar a ordem de serviço na próxima semana. A partir de 2016, estaremos consolidando o Centro Tecnológico iniciado em 2009."