Segurança

Consulado fala sobre casal preso na Austrália com cocaína

Conselheiro ressalta que nos últimos 30 dias, cinco brasileiros foram detidos no país.

Foto: Reprodução Global Network

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O conselheiro do consulado geral do Brasil em Sydney, na Austrália, Flávio Sapha, em contato com o professor de inglês e comentarista de assuntos internacionais da Rádio EldoradoAndré Abreu, ressalta o crescente número de brasileiros presos no país por tráfico de drogas.

Em contato por e-mail, o conselheiro conta que nos últimos 30 dias, cinco brasileiros foram presos como traficantes, portando quantidades entre quatro e oito quilos de cocaína.

Um destes casos envolveu um casal de Criciúma flagrado no Aeroporto Internacional de Sydney no dia 21 de abril. Eles estavam com seis quilos da droga, sendo três quilos na bagagem do jovem, de 30 anos, e outros três na mala de sua namorada, de 24 anos.

Em 2015, outro caso chamou a atenção na região. Em fevereiro daquele ano, dois jovens criciumenses também foram presos na Austrália pelo mesmo crime. Foram encontrados com eles pelo menos cinco quilos de cocaína.

Repercussão na mídia

Segundo o conselheiro, este tema tem aparecido bastante na mídia australiana, sobretudo em razão da frequência e do grande volume de drogas apreendido de cada vez.

Em geral, são quantidades consideradas comerciais (acima de um quilo) com penas que variam de quatro a 30 anos de reclusão. O perfil dos detidos é jovem e muitos são oriundos de Santa Catarina.

Atuação do consulado

O Consulado tem dever de prestar assistência no sentido de garantir que os detidos tenham acesso ao devido processo legal, como: advogado de defesa, tradutor e tratamento digno na prisão.

No entanto, o Consulado não pode interferir no inquérito policial, nem no processo judicial. Além disso, informações sobre processos específicos, como o do casal criciumense, são informados somente aos familiares.

“Em geral, somos notificados pela polícia de que um cidadão foi preso, mas se ele recusar contato com o Consulado, as autoridades australianas respeitam sua privacidade e nem mesmo somos informados. Após falar com o detido, contatamos a família e organizamos depósito de uma pequena quantia de dinheiro para que ele possa telefonar. Há sempre advogado indicado pela Defensoria Pública, mas, em alguns casos, a família contrata advogados particulares”, explica.

Julgamento

Ainda conforme o conselheiro, os casos são acompanhados por meio de telefonemas e visitas periódicas. Em geral, o julgamento que vai determinar o tamanho da sentença a ser cumprida ocorre cerca de um ano após a prisão.

Sistema prisional e contato com a família

Diferente de outros países, onde as condições podem ser mais precárias, o sistema prisional australiano, embora rígido, é muito bem estruturado e considerado referência mundial em termos de respeito aos direitos humanos.

De acordo com Sapha, os presos têm oportunidade de estudar e trabalhar. Recebem um pequeno salário, que utilizam para telefonar para a família ou comprar alimentos e produtos de higiene na loja do presídio.

Dentro do possível, conforme o conselheiro, os brasileiros presos estão adaptados e em boas condições de saúde. Quando necessário, o Consulado recorre ao Departamento de Justiça, em prol do preso, para obter algum tratamento médico que seja necessário.

Com informações do Engeplus