Economia

Conta de luz ficará mais cara

Foto: Sul in Foco/Arquivo

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Os catarinenses vão sentir no bolso mais uma vez com o novo aumento da tarifa de energia previsto para iniciar no próximo dia 7. A revisão fora de época – janeiro e março – não impedirá a anual, que ocorre sempre em agosto, no caso da Central Elétrica de Santa Catarina (Celesc). No ano passado, o aumento foi de 22,62% na conta de luz. O índice é estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Diferente de como era discutido o reajuste nos outros anos, a Aneel mudou a regra e a Celesc não pede mais um percentual de aumento, que depois é autorizado pela agência reguladora. Agora, a distribuidora apresenta os dados e recebe direto a informação de quanto pode ser o reajuste da tarifa. Em 2014, a Celesc pediu 20,49% de reajuste e, surpresa, recebeu mais.

Os representantes da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) solicitaram que o novo aumento da tarifa de energia não seja realizado. Em ofícios enviados ao diretor da Aneel, Romeu Donizete Rufino, e ao presidente da Celesc, Cleverson Siewert, o presidente da entidade, Glauco José Côrte, lembra que o preço do insumo, que é um dos principais custos do setor industrial, já acumula alta superior a 40% no ano em Santa Catarina. Para Côrte, o setor seria fortemente afetado se confirmada a nova elevação, estimada entre 10% e 15%.

“O setor não comporta um novo aumento no atual cenário. No curto prazo, a única forma de a indústria reduzir o consumo de energia é diminuir a produção. Isso agravaria a situação que já está crítica e poderia estimular demissões. A indústria já vive um ano de queda na produção e nas vendas, tanto internas quanto externas. Os níveis de emprego também estão perdendo força”, argumenta o presidente da federação.

Medidas emergenciais

Conforme estudo da Fiesc, o valor do megawatt/hora (MW/h) para a indústria de Santa Catarina é de R$ 605,77, enquanto a média nacional está em R$ 543,81. A tributação incidente sobre o insumo no estado chega a 43,88% contra 37,25% da média nacional. Por isso, os representantes da Fiesc defendem a adoção de “medidas emergenciais” por parte da Aneel. Para amenizar o impacto da alta do dólar e dos encargos setoriais no orçamento da Celesc, eles propõem o aumento da cota de energia “barata”, proveniente de hidrelétricas, que a distribuidora catarinense pode comprar. Para isso, a Aneel teria que antecipar a redistribuição destas cotas com base no mercado faturado de cada distribuidora, prevista apenas para 2021.

Tempos difíceis

Após fechar 2014 na liderança da geração de empregos no Brasil, a indústria de transformação catarinense iniciou o ano criando menos postos de trabalho do que no ano passado. A partir de abril, começou a fechar vagas e eliminou até junho 9,2 mil empregos em função da contração da economia. A produção industrial catarinense acumula queda de 7,4% até maio, conforme dados do IBGE. As vendas externas caíram 10% entre janeiro e junho, enquanto o faturamento do setor já recua 9% nos primeiros cinco meses do ano.

Com informações do Jornal Notisul