Economia

Cooperativismo: garantindo futuro e bem estar a todos

Garantindo renda e desenvolvimento, o cooperativismo se consolida ano após ano como um modelo econômico forte e mais igualitário em sua distribuição e resultados. A união de profissionais que participam de um mesmo propósito movimenta a economia catarinense, que atualmente é representada por 230 cooperativas. Comemora-se hoje o Dia Internacional do Cooperativismo, já que a data é celebrada em todo primeiro sábado de cada julho.

Atualmente, Santa Catarina é o Estado brasileiro com maior adesão ao cooperativismo, apresentando crescimento de 12,96% em relação ao ano passado. De acordo com dados da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, as cooperativas correspondem a 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, mobilizando cerca de R$ 27 bilhões. Ao todo, 1,9 milhão de famílias catarinenses são beneficiadas com o modelo.

Na região, o cooperativismo cria suas raízes também através da produção colonial e se apresenta como alternativa para quem deseja expandir as suas produções. Com o registro e a reformulação de seu negócio, o produtor Paulo César Marini passou a integrar a Cooperativa de Produção Agroindustrial Familiar de Nova Veneza – Cofenovve há recentes seis meses. Sua matéria prima é a farinha de milho extrafina, na qual é responsável por limpar manualmente, selecionar os grãos, passar o milho pelo processo de moagem e embalar o produto.

Já produzindo 3 mil quilos do produto, mas com objetivo de passar a produzir também a farinha mais grossa, resolveu integrar o grupo cooperativo da cidade. Além da maior visibilidade de sua produção dentro do mercado, o produtor diz estar percebendo os benefícios através dos impostos mais baixos existentes na cooperativa, que são divididos entre cooperados. “Esse é um trabalho existente há 32 anos, inicialmente feito pelo meu pai. Já fornecemos farinha para os restaurantes da cidade. Mas, participar da cooperativa nos favorece na questão tributária e na contabilidade, já que com ele o valor pago acaba sendo menor. A cooperativa é muito bem aceita e conhecida”, diz Marini.

Em decorrência do movimento turístico em Nova Veneza, esse ano a Cofenovve apresentou aumento de 30% em vendas, comercializando mais de 100 variedades de produtos. Conforme a gerente administrativa da cooperativa, Juliana Pereira, a criação do grupo cooperativo aconteceu justamente para contribuir com a renda e os registro das produções. “Existimos para ajudar os pequenos produtores, para viabilizar a legalidade de seus negócios. Ao invés de cada um montar a sua empresa, eles integram a cooperativa”, diz.

Em prol de um todo

Para celebrar a data, está sendo realizado hoje o Dia Cooperar (Dia C), movimento nacional proposto pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop e pela Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB. A mobilização tem por objetivo unir as cooperativas em ações solidárias, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da Organização Das Nações Unidas.

Em Criciúma, a Unicred arrecadou alimentos não perecíveis que serão doados ao Bairro da Juventude. Segundo o gerente da agência local, Evandro Bertolin, os donativos serão entregues na Feijoada do Unicred, que será realizada hoje. “Ainda não temos o número totalizado de alimentos arrecadados, mas houve um engajamento grande dos funcionários para incentivar os cooperados nessa campanha”, afirma.

O gerente ainda destaca que Criciúma contabiliza atualmente 4 mil filiados. “Nossos cooperados possuem tarifas diferenciadas e a cooperativa tem uma ligação muito forte com os benefícios para a sociedade. Além disso, ela ajuda no crescimento regional, porque tudo que é movimentado fica na região”, diz. No sistema da Cooperativa Central de Crédito Urbano – CECRED, os filiados irão comemorar o “Dia C” promovendo ações educativas sobre planejamento e organização financeira. Durante o dia de hoje, dicas e sugestões estarão sendo dadas à população pela cooperativa de crédito CecrisaCred, no Centro.

Cooperativismo em números

Em Santa Catarina são os ramos agropecuário, de saúde, crédito, consumo infraestrutura e transporte que mais registram movimento econômico expressivo. Aos poucos, o modelo acaba se expandindo e se tornando uma alternativa viável de aliar faturamento econômico com qualidade de vida. De acordo com o presidente da OCESC, Luiz Vicente Suzin, o cooperativismo é responsável por capacitar e fornecer educação aos catarinenses. Somente no ano passado, foram capacitadas mais de 120 mil pessoas, através de um investimento de R$ 15 milhões.

“Acredito que, no futuro, a sociedade brasileira adotará o cooperativismo como modelo de organização econômica e social como fizeram alguns países mais avançados. Estudos comprovam que, nas regiões onde atuam, as cooperativas elevam o índice de desenvolvimento humano (IDH) através da qualidade de vida dos colaboradores, cooperados e familiares. Em Santa Catarina, cooperativismo significa trabalho, bem-estar, renda e futuro”.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna 

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