Economia

Criação de planta de gasificação de carvão mineral começa a ser discutida

Proposta, ainda em fase inicial, poderá ser uma nova forma de combustível para os fornos da indústria cerâmica

O primeiro passo para a criação de uma planta piloto para transformar o carvão mineral em gás, e utilizá-lo na indústria cerâmica, foi dado na manhã desta segunda-feira. Sentaram para conversar representantes do Sindicato da Indústria Cerâmica (Sindiceram) e a multinacional GE Power. A reunião foi intermediada pelo Sindicato da Indústria de Extração do Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc) e Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM).

A proposta é que a GE desenvolva uma planta piloto para a geração de gás a partir do carvão mineral. O combustível será usado para aquecer os fornos da indústria cerâmica, que hoje utiliza o gás natural no processo. “É uma nova possibilidade que estamos abrindo. O cenário que vislumbramos no gás natural é de carência, por isso a necessidade de novas opções”, ressaltou o presidente do Sindiceram, Otmar Müller. Atualmente, as indústrias cerâmicas e de colorifício da região carbonífera consomem cerca de 700 mil metros cúbicos de gás natural por dia. De acordo com Müller, os gastos com energia térmica (gás) e energia elétrica representam 30% dos custos das empresas.

Representantes das principais cerâmicas da região participaram do encontro. O próximo passo é ampliar as conversas. “Atuaremos em conjunto para ver qual a melhor solução que pode ser implementada aqui. A GE tem interesse em produzir essa planta”, explicou o representante da GE, Gustavo Nielsen.

O Siecesc e a Satc, por meio do Parque Tecnológico, estudam há três anos a gasificação do carvão, mas ainda não foi possível fazer uma planta piloto. “Se for consolidada essa parceria com a GE nossos estudos continuam, até porque é preciso manter as linhas de pesquisa e formar profissionais para atuarem no setor”, ressaltou o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan.