Saúde

Dados alarmantes sobre o Diabetes são apresentados durante Sessão Especial na Câmara de Criciúma

Foto: Mariane Rodrigues

Foto: Mariane Rodrigues

Os vereadores de Criciúma estiveram reunidos em Sessão Especial na noite desta segunda-feira (11) para conscientizar e prevenir o Diabetes, doença esta que tem aumentado rapidamente no mundo nos últimos anos. O Dia Mundial do Diabetes é comemorado nesta quinta-feira (14/11). O evento, que contou com a presença de autoridades locais e representantes da Unesc, ocorreu no Plenário, no Legislativo, e foi uma proposta do vereador Silvio Avila Junior (PP).

Alertar para o impacto do Diabetes e estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem que os portadores da doença vivam mais e melhor são alguns dos objetivos do Dia Mundial do Diabetes. Outra finalidade é promover o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado, o que ajuda na redução de complicações crônicas da doença.

O vereador Silvio Avila Junior (PP), destacou que o Dia Mundial do Diabetes deveria ser todo o dia. “Porque só quem convive com o diabetes sabe como o seu cuidado consome tempo. Mas de qualquer forma é melhor que haja pelo menos um dia por ano para se pensar mais seriamente nesse gravíssimo problema de saúde pública, e que vem aumentando seus índices de forma alarmante. O Diabetes não pode mais ser ignorado: 4 milhões de vidas perdidas por ano, 1 milhão de amputações de membros inferiores por ano, milhões perdidos em renda e produtividade”, disse.

Segundo o parlamentar, o Diabetes não discrimina: pode ocorrer em jovens ou idosos, ricos ou pobres, homens ou mulheres e que exige alguns cuidados que são para o resto da vida, tanto para o paciente, quanto para a família. “Ambos precisam tomar uma série de decisões relacionadas ao tratamento do diabetes: medir a glicemia, tomar medicamentos, exercitar-se regularmente e ajustar os hábitos alimentares. Além disso, pode ser necessário apoio psicológico. Como as consequências do tratamento são baseadas nas decisões tomadas, é de extrema importância que as pessoas com Diabetes recebam educação de qualidade, ajustada às necessidades e fornecidas por profissionais de saúde qualificados”, enfatizou o vereador,lembrando a falta de acesso aos pacientes. “Passa por nós também levar informação à população. Temos sim que informar sobre saúde, direito e outros. A nossa responsabilidade aumentou muito e como representantes do povo temos que contribuir para garantir uma qualidade de vida melhor”, completou o parlamentar.

A coordenadora da UNASAU (Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde da Unesc), Indianara Becker, lembrou das ações da Universidade. “Para a Unesc é uma satisfação grande e o tema é de extrema relevância, tanto pelos índices quanto pela gravidade. A Unesc tem como missão contribuir para a qualidade de vida. Hoje a UNASAU agrega oito cursos de graduação em saúde. Fizemos isso sempre no sentido de como formar profissionais e trabalhar com cidadãos para melhorar os aspectos da saúde. Nesta semana estamos trabalhando na sensibilização para trabalhar a prevenção e monitoramento. A Unesc está desenvolvendo uma série de ações e termina sexta-feira com a caminhada azul. Além das ações, temos vários projetos durante todo o ano”, disse. A Unesc recebeu uma placa pelos serviços de contribuição à sociedade.

Marcelo Raupp, coordenador voluntário do Ação Mais, lembrou a prevenção e a falta de informação. Ele é diabético há 22 anos e é exemplo saudável que se pode viver bem.  “Um estresse emocional pode ser pior que um chocolate (Sonho de Valsa) para um diabético. O Diabetes é um grande problema social. Muitas vezes chegamos a um hospital e os profissionais não sabem lidar com isso”, ressaltou.

O médico endocrinologista Carlos Tonelli, destacou que a incidência tem aumentado no mundo em decorrência da obesidade. “Estima-se que existam 300 milhões de pessoas no mundo com Diabetes. A metade não sabe que tem esta doença. A maior causa de cegueira, insuficiência renal e amputação de membros é o Diabetes. Quinze mil pessoas podem ser portadora do Diabetes em Criciúma ”, relatou. A pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensão, Luciane Ceretta da Unesc também participou do ato.

Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu que a doença é epidêmica. No Brasil são cerca de 10 milhões de portadores. Um indicador macroeconômico a ser considerado é que o Diabetes cresce mais rapidamente em países pobres e em desenvolvimento e isso impacta de forma muito negativa devido à morbimortalidade precoce que atinge pessoas ainda em plena vida produtiva, onera a previdência social e contribui para a continuidade do ciclo vicioso da pobreza e da exclusão social. O maior custo, entretanto recaem sobre os portadores, suas famílias, seus amigos e comunidade.

Já o símbolo global do diabetes é o círculo azul. Criado como parte da campanha mundial de conscientização “unidos pelo diabetes”, ele foi adotado em 2007. O círculo simboliza a vida e a saúde, e o azul reflete o céu que une todas as nações. A junção do círculo com a cor azul significa a unidade da comunidade global em resposta à epidemia do diabetes e funciona como um estímulo para a união da luta de controle da doença em todas as nações.

Colaboração: Daniela Savi