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Decisão judicial proíbe avistagem de baleias com embarcação

Durante a baixa temporada, a região conta com a “visita” das baleias francas, que atraem turistas de diversos lugares para avistagem. A atividade pode ser realizada de duas maneiras: por terra ou embarcação. Entretanto, o turismo deve ficar prejudicado este ano devido a uma decisão judicial que proíbe a avistagem através de barcos. Neste caso, a observação das baleias deve ser feita apenas de pontos terrestres.

A proibição deste tipo de atividade é para Laguna, Imbituba, Garopaba e a área de abrangência da APA. De acordo com a chefe da unidade da APA, Maria Elizabeth Carvalho da Rocha, a proibição acarretará perdas no turismo da região. “A atividade de avistagem de baleias por embarcação é diferenciada, só existe aqui e atrai turistas de muitos lugares. A APA tem medidas de precaução que são únicas no mundo inteiro, como forma de preservar a espécie e não prejudicá-la”, explica.
 
Todas as operadores que trabalham com esse tipo de atividade são monitoradas pela APA e precisam repassar dados semanais, o que permite ao órgão monitorar e auditar as empresas. Segundo Maria Elizabeth, uma das alegações que consta na ação civil pública é de que a atividade não oferece segurança ao turista, às baleias e à tripulação. “A Marinha realiza vistorias nos barcos – que são adequadas para o transporte de passageiros – e para as operadoras atuarem com esta atividade precisam de autorização por temporada”, ressalta.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vai buscar formas para reverter a decisão. “O ICMBio vai entrar com recurso para tentar uma reforma de decisão, para que se possa manter a atividade, uma vez que todos os cuidados são tomados para preservar as baleias. Com a proibição, o impacto da perda na economia dessas cidades será grande. Não somente o turismo que será prejudicado, mas todos os outros setores”, reforça.

Para a coordenadora do Projeto Baleia Franca, Karina Groch, os passeios não têm sido prejudiciais para as baleias. “São poucas as operadoras, a quantidade de passeios é pequena e ao longo dos anos não temos notado, do ponto de vista de conservação, impacto sobre a população de baleias”, explica a coordenadora à reportagem do Diário do Sul.

De acordo com dados de pesquisas feitas pelo projeto, o número de baleias que vêm para Santa Catarina tem aumentado. “Temos constatado que tem tido um crescimento de 12% ao ano de baleias no Estado. Ao mesmo tempo, o turismo vem aumentando, principalmente com o passeio de avistagem em embarcação, mas não acredito que essa atividade seja prejudicial”, ressalta Karina.

Ela explica que é possível avistar as baleias por terra, mas a experiência embarcada permite ao turista uma percepção diferente. “Através da experiência por meio de embarcação, o turista tem outra visão, porque está no ambiente natural do animal. Isso ajuda até mesmo na conscientização para a preservação da espécie. Sem dúvida, se a decisão for mantida, causará impacto no turismo e na economia da região”, considera.