Segurança

Defesa Civil de Criciúma suspeita de falha estrutural em casa que desabou

Foto: Denise de Medeiros/RBS TV/G1 SC

Foto: Denise de Medeiros/RBS TV/G1 SC

A Defesa Civil de Criciúma, no Sul de Catarina, suspeita que o desmoronamento de uma casa na madrugada dessa quarta-feira (6), que deixou três pessoas mortas, tenha sido provocado por problemas estruturais. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), morreram o casal Adriano Bento de Souza, de 41 anos e Daiane Eleotéro Osorio, de 32, e a mãe dele, Valdete Bento de Souza, de 65 anos.

O caso aconteceu no bairro Maria Céu, por volta das 2h. A Defesa Civil isolou o local e na tarde desta quarta, técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) foram até o local, mas a vistoria deve ser feita nesta quinta (6), por engenheiros.

"Acredito que tenha sido problema estrutural porque as dimensões das vigas, através das fotos que vimos, eram bem finas. Alguns engenheiros, voluntariamente, também viram as fotos e disseram o mesmo, mas nada consolidado, vamos aguardar os laudos do IGP para ver se confirma", explica Ângela Melo, coordenadora da Defesa Civil municipal.

Segundo ela, a casa residência era de laje e o telhado de concreto. "Tem o peso, tudo isso. A casa colapsou para dentro. Ainda tem um carro, tem uma moto embaixo desse material todo", afirma.

Avô e neto sobreviveram

A casa, que ficava em uma região plana, era de alvenaria com dois andares. Nela, também estavam o filho de Daiane e Élio de Souza, de 70 anos, pai de Adriano. Os dois tiveram ferimentos leves.

Segundo Ângela, Élio contou à Defesa Civil que uma das vigas da residência apresentava uma rachadura e que a família estava providenciando o conserto.

"Segundo o seu Élio, a casa foi construída por uma construtora, mas ele não soube o nome e se era de outra cidade", detalhou Ângela.

Segundo o pai de Adriano, a casa ficou pronta há seis anos. As casas ao lado não foram danificadas. "Apenas o muro de uma delas cedeu devido ao peso dos escombros. Até o momento, não apresenta riscos. A partir do momento que nós começarmos a retirar esse material é que vamos retirar os moradores dessas casas", explica a coordenadora da Defesa civil de Criciúma.

Perícia

Nesta quinta-feira (7), dois engenheiros do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Florianópolis devem ir até Criciúma começar a perícia. Segundo o perito criminal e gerente de perícias na regional de Criciúma, Northon Santos Machado, a perícia deve ser complicada e demorada.

"É uma perícia complexa, tem que ser analisada toda a parte de documentação, de planta. Remover todo aquele entulho não será fácil. Será feito em etapas: primeiro um reconhecimento, máquinas de remoção, avaliar a estrutura, a fundação, o terreno. Então é realmente uma perícia complexa", avalia.

'Vão deixar muita saudade'

Adriano trabalhava há 18 anos na Cooperativa de extração de carvão mineral dos trabalhadores de Criciúma (Cooperminas) como supervisor de superfície na mina 2, que fica em Forquilhinha. Já Daiane era manicure e atendia em um salão de beleza no Centro de Criciúma, que era de propriedade dela e de outras duas irmãs.

“A Daiane era uma pessoa linda, que se cuidava, uma 'Barbie', cheia de vida sempre. É muito triste. Já chorei a manhã toda”,conta Alessandra Alvarenga, cliente do salão de Daiane há três anos.

“O Adriano, conhecido como Gorfadinha entre seus colegas, era um funcionário exemplar. Uma das lideranças mais respeitadas da empresa, simpático e educado com todos. Vão deixar muita saudade. Estamos perplexos pelo ocorrido”, afirmou o presidente da Cooperminas, Juliano Militão.

Velório

O velório de Daiane, Adriano e Valdete ocorreu no salão paroquial do bairro Maria Céu. O corpo de Daiane será cremado em Içara às 9h de quinta-feira (7). Era um desejo dela, segundo Alessandra.

Já os corpos de Adriano e Valdete serão sepultados em Siderópolis durante a manhã de quinta. O horário do enterro não havia sido confirmado pela funerária até a publicação desta reportagem.

Com informações do site G1 SC