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Demissão de sindicalista pode resultar em protestos históricos

Comando de mobilização vai se reunir nesta sexta-feira para as primeiras providências

Criciúma e região verão a partir da próxima semana manifestações expressivas de trabalhadores, envolvendo lideranças sindicais de todo Estado, em protesto a demissão de um integrante do Conselho Fiscal do Sindicato dos Mineiros de Lauro Müller. A decisão foi tomada, nesta quinta-feira (18), em reunião realizada em Lauro Müller, envolvendo representantes de cerca de 20 sindicatos da região, federações de trabalhadores e a maioria das centrais sindicais do Estado.

O encontro de lideranças se deu, segundo informou o site Clicatribuna, depois de esgotado o prazo proposto pela mineradora para repensar a demissão do dirigente sindical, informa o presidente do Sindicato dos Mineiros de Lauro Müller, Lourival Elias Filho. Da reunião resultou a formação de um comando de mobilização, que ficará responsável pela estadualização da mobilização e atos que serão desenvolvidos. A comissão se reúne na manhã desta sexta-feira (19), no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Plásticas, Químicas e Farmacêuticas de Criciúma e Região para as primeiras providências.

A demissão do sindicalista ocorreu na semana passada e desde então o local onde o dirigente sindical trabalhava está em greve, em solidariedade ao profissional. Um grupo de quase 20 homens, cinco máquinas pesadas e quatro caminhões estão parados na localidade de Rio Queimado, interior de Lauro Müller, onde se processa trabalho de recuperação ambiental, no qual o diretor sindical prestava serviços.

Conforme o presidente do sindicato, a demissão se deu pela falta do profissional ao local de trabalho, na semana anterior. “A questão é que o sindicato informou à empresa, por ofício, que o diretor se ausentaria do trabalho para participar de audiência pública em Bagé (RS), em defesa do carvão mineral, programada pela Frente Parlamentar do Carvão”, explica o presidente do sindicato, ressaltando que a empresa não se dispõe a negociar a situação.

O advogado do sindicato de Lauro Müller, Antônio Alves Elias, considera a situação lamentável. “O trabalhador vai participar de uma audiência que defendia os interesses também dos patrões, acaba demitido e mostramos isto à direção do sindicato patronal, que foi solidária e prometeu intervir e ter solução para o impasse até esta quinta-feira, o que não ocorreu”, enfatiza.

O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria de Santa Catarina (Fetiesc), Carlos de Cordes, o Dé, diz que a adesão dos sindicalistas será grande em todo o Estado. “A Fetiesc tem 41 sindicados filiados, todos prontos a aderir a este movimento, assim como outras categorias e todas as centrais sindicais do Estado”, antecipa Dé.