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Demissões surpreendem funcionários da Hydra, em Tubarão

Funcionários, entidades de classe e a Prefeitura de Tubarão foram surpreendidos com a notícia do anúncio do fechamento da unidade industrial.

Foto: Divulgação

A decisão do fechamento da empresa Hydra (antiga ThermoSystem), do Grupo Duratex S.A., pegou a cidade de surpresa nessa quinta-feira (1).

Funcionários, entidades de classe e a Prefeitura de Tubarão foram surpreendidos com a notícia do anúncio do fechamento da unidade industrial na Cidade Azul, que será transferida para Aracaju, no estado de Sergipe.

Rogério Rodolfo de Souza (gerente do setor de chuveiros), Carlos Eduardo Jajarém (gestor de Planejamento) e Ana Carla Freitas (assessora de imprensa) – representantes da empresa – estiveram no gabinete do prefeito Joares Ponticelli para uma reunião e o comunicado oficial do fechamento.

Permanece em Tubarão o centro de distribuição, localizado atrás do Posto Presidente, e que conta com 100 funcionários. Segundo o presidente da Acit (Associação Empresarial de Tubarão), Edson Martins Antônio – que também participou da reunião -, houve a garantia da empresa permanecer com o centro de distribuição por, pelo menos, mais cinco anos na cidade.

Os outros 220 colaboradores que atuavam no bairro Oficinas foram desligados. A empresa almeja um crescimento de 50% nos próximos cinco anos e não descarta a possibilidade de voltar a atuar em Tubarão, com seu parque fabril, caso volte a operar no Sul.

Os gestores da empresa explicaram as razões que levaram a companhia a tomar a decisão, baseada principalmente na descontinuidade da fábrica de chuveiros na cidade. Esta medida, segundo a Duratex, foi ditada pelo mercado, uma vez que o faturamento no setor diminuiu a cada ano. “A empresa está ajustando as velas para onde o vento sopra melhor”, avaliou Rogério Rodolfo.

Muitos dos funcionários desligados foram convidados a trabalhar em Aracaju, pois foram bastante elogiados pela empresa pelo alto nível técnico e de comprometimento. A empresa também vai apoiar os funcionários na tentativa de realocá-los em outros setores do mercado.

O prefeito Joares Ponticelli recebeu com tristeza a notícia, fazendo algumas ponderações para que a empresa Hydra mudasse a decisão, mas foi informado que o fechamento da unidade não tem volta. “Para nós, que celebramos cada vez que se abrem novas oportunidades de emprego e renda da cidade, como foi o caso do Líder Atacadista e agora do Fort Atacadista, é lamentável receber uma notícia dessas, em pleno fim de ano”, disse o prefeito.

Banco de currículos para auxiliar os colaboradores será disponibilizado

O presidente da Acit, Edson Martins Antônio, afirma que, segundo os gestores da Hydra, a unidade de Tubarão estava trabalhando de forma quase ociosa, porque ela ocupava 33% da capacidade, motivo pelo qual não justificava mais sua manutenção.

“Segundo eles, todas os esforços foram feitos para a unidade ser mantida desde 2015, mas a quantidade de empregados foi diminuindo em virtude da não reação da economia, o que acarretou em baixa no consumo. Como a empresa de Aracaju tem 750 empregados, os gestores afirmam que ela pode absorver a produção de Tubarão, não justificando manter as duas pelo custo de produção. Lamentavelmente, então, nós perdemos estes 220 empregos neste momento”, conta.

Edson diz que a Acit vai construir uma “ponte” entre a Hydra e a cidade, para que sejam disponibilizados todos os currículos destes profissionais, que, segundo eles, são altamente qualificados e têm o melhor índice de produtividade e competitividade interna do grupo. “Nas próximas semanas, nós estaremos montando um banco de currículos destes profissionais. Desta forma, poderemos difundir estas informações ao maior número de empresas para que estes profissionais possam ser absorvidos em Tubarão e na Amurel”, afirma.

“Esta é uma situação que não se deu pela inércia do poder público, dadas as tratativas que vêm de longo prazo, desde ofertas de espaços para construção de novos pavimentos até alguns benefícios fiscais, mas, enfim, o mercado não respondeu, a economia não está aquecida e não houve consumo no mercado para absorver a produção daqui”, ressalta Edson.

“Lembrando que grávidas e portadores de necessidades especiais que faziam parte da unidade foram alocados para o centro de distribuição, preservando os direitos e empregos”, pontua.

Funcionários não esperavam pelas demissões

Durante toda a quinta-feira, muitos funcionários estavam na Hydra para “tentar entender” o que estava acontecendo e como será daqui para frente. Uma colaboradora, que preferiu não se identificar, chegou à tarde na empresa para buscar mais informações. “Trabalho aqui há quatro anos. Estou de licença, mas minha esposa, que também trabalha aqui, chegou em casa de manhã dizendo que foi desligada e falando sobre o fechamento. Então, vim aqui para saber o que está acontecendo e como tudo vai ficar”, conta.

Oderlei da Silva Ribeiro também estava em frente à empresa na tarde dessa quinta-feira em busca de uma posição. Sua esposa trabalha na empresa há quase dez anos e quinta de manhã foi pega de surpresa com a notícia do fechamento e o desligamento de tantos funcionários, inclusive dela. “Ela está ali vendo como está a situação e eu estou aqui esperando. Ninguém imaginava que isso aconteceria. Os funcionários não foram avisados anteriormente. Foi realmente uma surpresa”, comenta.

Com informações do Jornal Diário do Sul

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