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Denúncia de agressão em CEI vira caso de polícia, em Criciúma

Denúncia de agressão em CEI vira caso de polícia, em Criciúma

Foto: Denis Luciano / Portal Engeplus

Para quem passa pela Rua Vitória o cenário é de aparente calmaria atrás do muro bege do Centro Educacional Infantil – CEI do bairro Brasília. Mas basta avançar o portão para perceber que o clima não é dos melhores por ali. A demissão recente de quatro professoras e uma estagiária foi o estopim de uma crise. Como pano de fundo, a acusação de que a diretora do estabelecimento teria agredido verbalmente alguns alunos.

“Houve acusações bastante graves, estamos averiguando. Enquanto isso, a colaboradora que atuava como diretora e é alvo das denúncias está afastada das suas funções”, informa a advogada Tainá Pagani, da Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma – Afasc, a administradora dos CEIs de Criciúma.

Em contraponto à diretora afastada sob denúncias, as professoras e a estagiária demitidas foram as acusadoras que levaram o assunto adiante. “Eu sempre fui professora do berçário. Certa vez, me colocaram em uma sala com alunos maiores, com os quais não estou acostumada. A diretora chegou e pensei que fosse me ajudar”, começa a contar Denise Ribeiro Miguel, professora demitida ontem do CEI Brasília.

“Ela chegou a arremessar mesas e empurrar as crianças para um canto, um menino reclamou ter sido machucado inclusive”, detalha Denise.

Uma primeira professora levou a denúncia até a Afasc, e dias depois foi demitida. O mesmo ocorreu com outras, entre as quais a própria Denise, que, sem saber do primeiro caso, também foram até a instituição formalizar a reclamação. “Fomos demitidas por injustiça, por relatar fatos ocorridos contra as crianças. O mal prevaleceu”, reclama Daniela Sirtoli, outra ex-professora do CEI.

“Não existe relação entre as demissões destas profissionais e a denúncia de agressões. Elas foram dispensadas por outras razões que não nos cabe mencionar para não expor essas pessoas”, responde a advogada da Afasc.

Investigação interna

Sindicância foi aberta enquanto a acusada segue afastada de suas funções. “Nossa psicóloga foi hoje até o CEI e conversou com todos, e notamos uma divisão. Muitas professoras disseram que não viram nada nem tem conhecimento de qualquer agressão”, conta Tainá. “Nosso interesse é descobrir o que aconteceu. Mas há informações que chegaram distorcidas, com jeito de fofoca. Não temos interesse de manter no CEI alguém que represente risco às crianças, mas precisamos apurar”, completa.

As ex-professoras argumentam, ainda, que a Afasc promoveu uma manobra para proteger a diretora acusada. “Eles a transferiram para outro CEI onde os pais já tomaram conhecimento e estão pedindo para que ela seja removida”, conta Denise. “Isso não é verdade. A acusada segue fora das funções, até por estar cuidando de um caso grave de saúde na família”, rebate Tainá.

A denúncia, porém, vai além. “Esse não é o primeiro caso. Já houve outro em que demitiram a colega que presenciou agressão. Isso está acontecendo há anos na Afasc”, assegura Denise. “Recomendamos aos pais que possam ter mais denúncias que formalizem com boletim de ocorrência, como orientamos neste caso do Brasília”, comenta Tainá.

A advogada da Afasc tomou conhecimento, e a ex-professora Denise confirma, que quatro boletins foram registrados na Polícia Civil relativos às supostas agressões cometidas no CEI Brasília. “É algo muito sério e a investigação cabe à polícia. Estamos cautelosos para preservar os nomes dos nossos colaboradores. Não estamos dizendo que não aconteceu, apenas apurando no tempo certo”, adiciona a advogada. Mas um fato é certo. Mesmo que a inocência da diretora suspensa e acusada seja confirmada, ela não retornará para o CEI Brasília. “Não há clima para isso”, emenda Tainá.

A Afasc atende atualmente 4,2 mil crianças e conta com mais de 700 professoras em 31 CEIs. A instituição publicou uma nota oficial na qual se refere ao tema. Confira:

A Associação Feminina de Assistência Social de Criciúma (Afasc), vem manifestar-se oficialmente sobre o fato no qual um de seus colaboradores é acusado de agressões em alunos, registrando que não tolerará qualquer ato desta natureza na instituição ou por seus colaboradores.

Informa ainda, a quem possa interessar, que os fatos noticiados dependem de provas e que estão sendo imparcial e republicanamente investigados para embasar providências. O bem-estar dos alunos e a tranqüilidade dos pais são nossas principais prioridades e assim sempre será.

A direção”

Com informações de Denis Luciano / Portal Engeplus

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