Economia

Desativação de plexo Termelétrico Jorge Lacerda não é descartada

Foto: Plínio Bordin/DS

Foto: Plínio Bordin/DS

A Engie Brasil, detentora do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, destaca que pode não seguir com a operação do complexo após a perda do reembolso do carvão feito através da CDE – Conta de Desenvolvimento Energético –, subsídio criado para a manutenção da atividade mineradora de carvão no Sul do país.

Em material divulgado à imprensa, a Engie apontou que as unidades geradoras do complexo têm recebido investimentos e ainda contam com vários anos de vida útil pela frente, situação diferente da de Charqueadas, onde todas as unidades passam de 50 anos de funcionamento. “A UTE Charqueadas será fechada no final do ano devido a sua obsolescência técnica”, lembra o diretor de geração, José Laydner.

O Complexo Jorge Lacerda é beneficiado com o reembolso do carvão feito através da Conta de Desenvolvimento Energético, subsídio criado para a manutenção da atividade mineradora de carvão no Sul do país, e por isso apresenta razoável rentabilidade, segundo a empresa, contribuindo positivamente para o resultado da Engie Brasil.

O grupo apontou que não tem uma posição definida quanto a sua permanência no parque gerador próprio, mas entende que muito provavelmente o complexo se manterá operando até a extinção do apoio da CDE.

“A operação do Complexo Jorge Lacerda emprega cerca de 380 funcionários próprios, além de mobilizar a economia local com geração indireta de postos de trabalho, e toda decisão a respeito do seu futuro deve ser tomada com a cautela necessária”, destaca o diretor administrativo Júlio Lunardi.

“Migrar para uma economia de baixa emissão de carbono é um objetivo do qual a Engie não se afastará. Porém, essa saída da geração a carvão no Brasil não vai acontecer intempestivamente, sem que todos os aspectos sejam avaliados”, pondera o presidente da Engie Brasil, Maurício Bähr.

O diretor de geração e o diretor administrativo da Engie Brasil para a linha de negócios Geração e Comercialização de Energia, respectivamente José Laydner e Júlio Lunardi, reuniram-se recentemente com os gerentes do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda para esclarecer acerca da estratégia da Engie em relação ao carvão.

Mudanças

O grupo está passando por uma transformação rumo a um ambiente de negócios baseado em descentralização, digitalização e descarbonização. Na descentralização essa estratégia é respondida pelo ingresso na geração distribuída, principalmente de fonte fotovoltaica. “O P&D que temos em Tubarão com a Usina Cidade Azul (3 MW) é parte desse novo rumo da empresa”, comenta Laydner. Na digitalização, o grupo está desenvolvendo novas tecnologias para cidades e pessoas em áreas de atuação como mobilidade urbana, monitoramento de trânsito e serviços especializados.

Na descarbonização, a estratégia é responder ao movimento mundial por uma economia de baixa emissão de carbono. A meta da Engie é ter mais de 90% do seu lucro oriundo de fontes renováveis. Novos investimentos em carvão no país não serão feitos. “O último projeto em carvão a ser feito é a UTE Pampa Sul (Miroel Wolowski), que está em implantação em Candiota (RS), com entrada em operação prevista para janeiro de 2019”, informa Laydner. Igualmente, operações obsoletas serão avaliadas e seu fechamento não é descartado.

Com informações do Jornal Diário do Sul