Geral

Diário Catarinense ressalta que apesar das belezas, falta estrutura para receber turistas na Serra de SC

Só São Joaquim recebe aproximadamente 100 mil visitantes por ano

A Serra Catarinense é a região mais fria do Brasil, presencia com frequência um fenômeno raro no país — a neve —, tem maravilhas naturais de encher os olhos. Mas conforme publicou o jornal Diário Catarinense em seu Site, deixa a desejar justamente a quem lhe visita para prestigiar e aplaudir todas essas qualidades.

De acordo com a matéria veiculada nesse sábado (9), com exceção de Lages, maior cidade da região, com 160 mil habitantes e bem estruturada, as demais sofrem com deficiências que tiram um pouco do seu charme e beleza. Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici e Urupema somam 43 mil moradores, são os lugares mais frios do Brasil e, e nos últimos anos começaram a ver um povo diferente invadindo suas ruas e pousadas.

Era o turismo de inverno que surgia para nunca mais ir embora e, pelo contrário, só crescer a cada onda gelada. Hoje, é impossível falar em frio sem associá-lo diretamente à Serra Catarinense. E por ser o Brasil um país tropical conhecido mundialmente por seu imenso e quente Litoral e festas como o Carnaval, é normal que a maioria dos 190 milhões de brasileiros tenha no mínimo curiosidade em saber e, principalmente, conhecer o que acontece na Europa brasileira.

E os turistas vêm em peso de todos os lugares. Só em São Joaquim eles são aproximadamente 100 mil por ano. Frio, belezas naturais e carisma da população são inquestionáveis. Mas não é só disso que vive o turista que, mais que apenas comer e dormir, quer comodidade e conforto.

— A beleza e o frio são inquestionáveis. Bem mais que a Serra Gaúcha. Mas em termos de infraestrutura, acessos, restaurantes, hotéis e opções de lazer, a Serra Catarinense está bem atrasada — diz o eletrotécnico Ricardo Mendes Peroza, de 58 anos, morador de Joinville e que visitou a Serra Catarinense nesta semana de frio histórico pela terceira vez em dois anos.

Comércio acanhado e pouco atraente, lanchonetes e restaurantes fechados à noite ou a qualquer hora do dia se for domingo ou feriado, máquinas para pagamentos em cartões são raridade. Caixa eletrônico para vários bancos não existe. Praças mal iluminadas e termômetros de rua velhos e com defeito. Hotéis com chuveiros pouco potentes e quartos sem aquecimento, restaurantes sem opções de pratos requintados, atendimento amador e estradas esburacadas.

É claro que existem gratas e valorosas exceções para cada um dos problemas citados, mas não dá para negar e esconder que, de uma forma geral, a Serra Catarinense é vista assim por seus visitantes. Em suma, o sentimento coletivo é mais ou menos assim: é muito lindo, muito frio e muito simpático, mas pouco convidativo a ficar por muito tempo, pois não há muito o que fazer.

— De dois anos para cá melhorou bastante, como os asfaltos que dão acesso à BR-282 e ao Morro da Igreja, em Urubici. A receptividade dos moradores é impagável. Mas faltam coisas simples que melhorariam muito, como feirinhas de artesanato e produtos típicos, como queijo e salame — comenta o engenheiro Jeison Marcio Bittencourt, de 35 anos, também de Joinville.

O jornal encerra a matéria dizendo que a Serra pode e precisa fazer mais. O turista já a conhece e jamais deixará de prestigiá-la, pois se apaixonou e quer voltar sempre. Basta aproveitar as oportunidades e fazer por merecer.

Diário Catarinense
Foto: Vani Boza