Segurança

DIC de Criciúma indicia médico em caso de aborto

Foto: Divulgação / DIC

Foto: Divulgação / DIC

O inquérito policial referente a uma possível rede de crimes de aborto em Criciúma, envolvendo inclusive um médico ginecologista, já foi encaminhado ao Fórum. A investigação foi comandada pela Divisão de Investigação Criminal – DIC, que vinha realizando diligências acerca da prática ilegal há mais de um mês.

Na noite do último dia 5, policiais civis prenderam uma mulher de 51 anos que realizava a entrega de remédios abortivos a uma gestante no Centro da cidade. Com ela os agentes apreenderam 24 comprimidos de Cytotec, de venda proibida no Brasil.

Oito dos 24 comprimidos ela comercializaria para a grávida. Também foi apreendida uma cartela da medicação calmante, Rivotril, e outra de Pramil, que é uma medicação para disfunção erétil contrabandeada do Paraguai, em posse da acusada (foto).

A detida passou no dia seguinte à prisão por uma Audiência de Custódia no Fórum e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. A prática do crime de venda de remédio sem registro e de comercialização proibida no país tem pena prevista de até 15 anos de reclusão.

Conforme o delegado responsável pelas investigações, André Milanese, ela trazia a medicação do Paraguai e revendia cada comprimido por até R$ 150. O que chamou bastante atenção foi a participação de um profissional de Medicina. Com consultório na área central de Criciúma e com mais de 40 anos de atuação na área, o ginecologista foi indiciado pelo crime de provocação de aborto, sendo que a pena pode chegar a quatro anos. O médico, que não tinha passagens policiais, prestou depoimento nesta semana.

"Ele não realizava a prática de aborto diretamente, mas indicou a gestante a comprar o remédio abortivo da mulher que foi presa no início do mês e a orientava com informações acerca dos medicamentos. Ou seja, fazia um elo entre a mulher grávida e a vendedora. Até então temos a comprovação de uma vítima, mas acredito que tenham mais. Destacando que evitamos, no dia da prisão, um crime de aborto, impedindo que a negociação se concretizasse. Aliás, a mulher grávida também foi indiciada, como também um vendedor de carros, que comprava remédios da vendedora e os revendia", explica a autoridade policial. Os outros indiciados respondem em liberdade.

Com informaçõe de Talise Freitas / Clicatribuna