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Diocese contra aborto de anencéfalos

Reproduzindo discurso reforçado em carta aberta pela CNBB, Diocese de Criciúma valoriza importância da vida e do cumprindo das missões das famílias quando mãe está sujeita a conceber criança sem cérebro.

A decisão do Supremo Tribunal Federal, de descriminalizar o abordo de crianças anencéfalas, causou imediata reação da Igreja Católica. De pronto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil divulgou nota repudiando o ato.

No documento, a CNBB afirma que "lamenta profundamente a decisão", que a função de legislar do Congresso Nacional não foi levada em conta, e que a vida, direito constitucionalmente garantido, não é respeitada. "Legalizar o aborto de fetos com anencefalia, erroneamente diagnosticados como mortos cerebrais, é descartar um ser humano frágil e indefeso", defendem os bispos na carta aberta à população.

A CNBB pondera, ainda, que o aborto nega o direito inviolável da futura criança viver e também ignora as consequências psicológicas à mãe. "Ao defender o direito à vida dos anencefálicos, a Igreja se fundamenta numa visão antropológica do ser humano, baseando-se em argumentos teológicos éticos, científicos e jurídicos", diz a nota.

Associada a este pensamento, a Diocese de Criciúma manifestou-se na mesma linha. "A vida é inviolável e o sofrimento faz parte dela, tanto o sofrimento de uma mãe que deu à luz a um filho sem cérebro, quanto o direito que a criança tem de nascer", afirma o padre Vilson Buss, vigário geral diocesano.

"Daqui a pouco a vida não tem mais sentido e isto pode ser um caminho danoso rumo à discriminalização absoluta de todo e qualquer aborto", alerta o sacerdote. "Essa tendência de usar a tecnologia para eliminar sofrimentos não pode ir tão longe, essa discriminalização é uma violência tão grande quanto a eutanásia", acredita.

Embora os religiosos defendam que os avanços tecnológicos e científicos tem inspiração divina, o padre Buss afirma que tais dispositivos não podem ser utilizados para escolher quem pode e quem não pode viver. "A tecnologia não pode tirar a vida, há uma missão da criança em questão, e muitas vezes os pais aprendem a amar sem esperar nada em troca, como seria o caso com os anencéfalos", conclui.

A medida entrará oficialmente em vigor em breve, com a divulgação do despacho do STF no Diário da Justiça.

A Tribuna