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Dispara número de morte de botos em Laguna

Total de ocorrências registradas neste ano é o triplo em relação a 2017 e a maior em pelo menos 10 anos .

Foto: Guilherme Hahn/Divulgação

Conhecidos por ajudar na atividade econômica de Laguna, os botos pescadores integram uma estatística negativa. Foram 15 animais mortos em 2018 na região, número que representa o triplo do ano passado, quando cinco animais foram encontrados sem vida. Além disso, o alto índice de mortes representa um recorde desde 2012, quando o monitoramento começou a ser feito.

Todos os animais mortos pertencem à espécie Tursiops truncatus, que se relaciona de forma colaborativa com os humanos, especialmente em Laguna. Os botos interagem e conduzem o cardume de tainhas até as redes dos pescadores, que jogam a tarrafa e fazem a captura. Ambos saem felizes com a parceria: o pescador consegue fazer seu trabalho com mais facilidade e o animal deixa o local com um peixe na boca a cada tentativa.

“A pesca entre o boto e o pescador ocorre em Laguna há pelo menos 150 anos. A espécie está em quase todos os locais do planeta, mas em Laguna é o caso de um grupo residente, que interage com pescadores e tem um fator de permanência muito mais forte que outras populações da mesma espécie”, analisa o professor de Engenharia de Pesca e Biologia Marinha, Pedro Volkmer de Castilho.

Apesar da cumplicidade, a relação tem causado a morte de diversos animais na Capital Nacional do Boto Pescador. Ao menos nove dos 15 bichos encontrados sem vida na região fazem parte da população que fica na área costeira de Laguna. A estatística atingiu quase 20% do grupo em 2018, já que a estimativa dos pesquisadores é que 50 botos formam a população local.

Taxa de natalidade é inferior a de óbitos

Castilho afirma que após um ano tranquilo em 2015, quando apenas um animal foi encontrado sem vida, a taxa de natalidade não tem acompanhado a de mortalidade. Ainda não é possível estimar quantos animais nasceram no grupo em 2018, porque a avaliação demográfica deste ano deve ser concluída até abril de 2019. O principal motivo é a dificuldade em identificar os filhotes, pois as nadadeiras dorsais são semelhantes nessa idade.

Outra preocupação é o alto índice de animais jovens que estão morrendo. Das nove mortes registradas na população de Laguna, ao menos cinco foram de filhotes ou botos em desenvolvimento. Entre os fatores que incidem na quantidade de óbitos de machos, segundo especialistas, estão inexperiência, falta de domínio do ambiente, curiosidade e exposição a riscos, pois são mais exploradores e menos cuidadosos do que as fêmeas.

“Como estão morrendo só indivíduos juvenis, vai chegar uma hora em que não teremos mais indivíduos para reprodução. Isso pode criar uma espécie de hiato reprodutivo. Se houver uma queda imunológica, pode ser que a gente perca toda a população de uma vez ” alerta Castilho.

Morte de botos em Laguna

Ocorrências registradas por ano

2009: 1

2010: 1

2011: 2

2012: 2

2013: 5

2014: 6

2015: 1

2016: 7

2017: 5

2018: 15

Com informações do site NSC Total

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