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Dunas de praias de Imbituba podem desaparecer

As dunas que ficam entre as praias da Ribanceira e Ibiraquera, em Imbituba, podem desaparecer. A afirmação é resultado de um relatório de uma perícia, feita na área, a pedido da promotoria pública ambiental. A intenção é apressar o julgamento de um processo que tramita há oito anos na Justiça.

O processo é contra a extração de areia nas dunas e, inclusive, ambientalistas e moradores da região realizaram um protesto no último dia 6 de outubro, quando “abraçaram” a duna e escreveram “SOS”. Eles pedem o fim da atividade. O movimento contou com a presença do tetracampeão mundial de Sandboard Digiácomo Dias, que surfou nos paredões de mais de 50 metros que ainda restam no local.

Em primeira instância, o MPF pediu a interrupção dos trabalhos e teve o pedido acatado pela Justiça de Tubarão. A empresa obteve uma liminar do Tribunal Federal, em Porto Alegre, para seguir a exploração da área. O MPF recorreu e a decisão foi derrubada, mas a mineradora conseguiu reverter a sentença e retomou os trabalhos.

De acordo com os moradores, as areias das dunas são usadas pela empresa há cerca de dez anos. “É um ambiente frágil e que se locomove em função dos ventos. Tem que ser preservado como está”, afirmou o coordenador de gestão ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, Jorge Freitas.

O ambientalista destaca que a extração no local já causou danos irreversíveis. “Mesmo que a Justiça determine que parem de tirar areia dali, o problema ambiental já é enorme e não tem mais como ser reparado”, concluiu.

Segundo o coordenador da SOS Dunas da Ribanceira, Luiz Antônio da Silva, o primeiro passo é pedir as leis municipais. “Queremos primeiro uma posição do município com relação às leis municipais. O primeiro passo é pedir essa posição, depois vamos para outras esferas”, explicou.

A areia é destinada, segundo o Jornal Diário do Sul, principalmente, para a indústria de argamassa. A organização possui licença de exploração e uso da área para a atividade.