Segurança

“É do demônio”: aluna de escola em SC é agredida por intolerância religiosa

Adolescente conversava com colega sobre a religião da família, a Umbanda, quando foi confrontada e agredida por outra menina

Divulgação

Uma mãe de santo de Joinville denunciou que a filha, de 16 anos, foi agredida dentro da escola por intolerância religiosa. O caso aconteceu na última segunda-feira (25), no Centro Educacional e Social do Itaum (Cesita), e veio à público nesta quarta-feira (27) após uma publicação nas redes sociais.

Pricylla Bianchi afirma que a agressão aconteceu por volta de 11h15, quando a filha estava na aula de educação física. Ela conversava com um colega sobre a religião da família, a Umbanda, quando uma outra adolescente ouviu e começou a fazer ofensas.

Segundo o relato da filha de Pricylla, a menina teria afirmado que a religião era “do demônio” e que a adolescente também o cultuava por ser umbandista. Em seguida, partiu para cima dela e a agrediu fisicamente.

– Separaram as duas e tiraram a outra de cima da minha filha. Uma profissional da escola disse para ela que ia passá-la para a noite porque “onde já se viu discutir por religião”, que era ridículo – conta Pricylla.

A filha estava há apenas três dias estudando no período da manhã após ter trocado de turno – a família mudou de endereço e não foi mais possível a adolescente se deslocar para as aulas de noite. Por isso, a jovem não soube informar à direção o nome da profissional que teria falado com ela.

Pricylla diz que as duas alunas foram suspensas e precisou ir até a escola para buscar a filha. Quando chegou, a menina estava com a secretária da unidade e não havia outro representante para conversar com a mãe.

A reunião com a direção aconteceu apenas no dia seguinte. De acordo com Pricylla, a escola afirmou que não sabia que a agressão havia sido motivada por intolerância religiosa e que desconheciam a profissional que teria falado com a adolescente após o caso.

– A diretora disse que eu sabia que criança mente, mas falei que minha filha não estava mentindo. Eles negligenciaram, lidaram com o crime de racismo religioso como algo banal – aponta a mãe.

Denúncia na polícia e busca por Justiça

Após ver a filha machucada pelas agressões, Pricylla registrou um boletim de ocorrência no mesmo dia da confusão. Também realizou um exame de corpo de delito para verificar as lesões e denunciou o caso à ouvidoria da prefeitura.

Segundo Pricylla, a comissão de igualdade racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou em contato com a família, que vai avaliar uma possível representação jurídica contra o município e a agressora. Alguns movimentos sociais também repercutiram o caso nas redes sociais, como o Movimento Negro Maria Laura.

Com informações do NSCTotal

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