Esporte

Éder Martins: O lauromüllense que brilha lá fora

Éder chegou ao Brasil em 22 de maio, por causa da Copa das Confederações

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Uma casa de madeira, não muito grande, com o suficiente para morar e viver bem. Longe do luxo. É assim que Éder Citadin Martins, atleta do Sampdoria, da Itália, passa as suas férias em Lauro Müller, sua terra natal. Apesar de ter uma situação financeira confortável, ele prefere o simples, sempre rodeado da família e amigos.

Todas as vezes que Éder vem da Itália para o Sul de Santa Catarina, nas férias do campeonato italiano, ele aproveita o pouco tempo para matar a saudade dos amigos e da comida da mãe. Sempre que possível, pede para fazer o famoso prato brasileiro: arroz e feijão. "Na Itália, eu não posso comer isso, é só massa, só massa. Às vezes vou a Milão, no restaurante brasileiro, mas lá o sabor não é igual. É bem melhor a comida da mãe", brinca o atacante durante entrevista para o site Clicatribuna.

Martins chegou no Brasil em 22 de maio, por causa da Copa das Confederações. Durante pouco mais de um mês, ele encontrou ex-companheiros, como os laterais Carlos Cesar e Uendel e o goleiro Zé Carlos. "Consegui rever amigos, por isso essa vinda foi diferente", comemora.

Atuação no Brasil

Apesar de ser um grande jogador de futebol, não teve grande destaque no futebol brasileiro. Quando era pequeno, foi jogador de futsal e, numa participação do Moleque Bom de Bola, foi convocado pelo técnico Luiz Gonzaga Millioli para jogar no Tigre. De olho nos quadros, que têm os registros dos tempos de Criciúma, Éder se lembra da sua carreira meteórica. Em pouco tempo, entrou no juvenil, foi para o júnior e chegou ao profissional. Ao chegar ao time "de cima", já estava sendo cotado pelos italianos, tudo isso antes de completar 19 anos.

"Fui jogar um amistoso contra o profissional do Tigre, no CT. Eu marquei dois gols contra os profissionais. Nessa época, o Evandro Guimarães (coordenador de base) me disse, brincando, que tinha um pessoal da Itália querendo me levar. E acabou sendo verdade", lembra o goleador.

No primeiro momento, o então presidente Moacir Fernandes negou a venda para os europeus. A estratégia, sem saber, acabou dando certo. Éder, nesse meio tempo, acabou ganhando o Campeonato Catarinense 2005 e foi convocado para a seleção sub-20, valorizou o seu passe e o Tricolor foi obrigado a se desfazer do jogador, com a proposta de R$ 750 mil, valor considerado alto para os padrões do time na época. "Em dois anos, mudou tudo na minha vida", relembra.

Um herói desbravando o Velho Mundo

Levado para a Itália, foi atuar no Empoli. Sozinho na Europa, ele não era aproveitado e não participava das partidas. Com medo de falhar, ligava para os pais e pedia para voltar. A família, de longe, dava apoio e aconselhava para ele esperar o momento certo. Sem chances, foi emprestado para o Frozinoni, onde deslanchou. Marcou 27 gols na segunda divisão e o Empoli, após o fim do contrato, recebeu-o de braços abertos. "Fui mais bem aproveitado e o Empoli comprou 50% do meu passe", conta.

Perto do fim do contrato, o Brechia o contratou. Conseguiu desempenhar um bom futebol e o Sampdoria, atual clube, levou-o para concluir a temporada 2011/2012. Foi ali que ele fez o famoso "Milagre do Sampdoria". "Quando cheguei, o time estava mal e, coincidência ou não, o Sampdoria se recuperou. Conseguimos o acesso e a isso chamaram o "Milagre do Sampdoria", ressalta.

Para o futuro, ele não projeta nada, apenas espera que seja tão promissor quanto foi a carreira até agora. "Eu simpatizo com o Milan, queria jogar lá. Mas deixamos assim que está bom", comemora.

Até 7 de julho, quando tem que voltar para a Itália, Éder quer aproveitar o máximo possível, seja relembrando histórias, conversando com os amigos ou comendo a comida da mãe. Para ele, o que vale é viver de forma simples e agradável, agradecendo por tudo o que passou e esperando que o futuro seja glorioso também. "Confesso que tive sorte e todo o jogador precisa dela, além da competência. Assim foi a minha carreira e assim espero que continue", reforça.