Educação

Educação e violência

Foto: Divulgação

Os últimos acontecimentos envolvendo violência contra professores remetem-nos à certeza de que os principais problemas do país, em especial na educação, decorrem da impunidade que impera em todos os segmentos da sociedade.

Convivemos com a impunidade de menores e maiores infratores, políticos corruptos, justiça conivente, pais irresponsáveis que terceirizam a educação e não valorizam o trabalho dos professores. Políticos oportunistas são eleitos e esquecem o compromisso com a sociedade.

A impressão que hoje nos passa o sistema político brasileiro é que enganadores, traficantes, ladrões são os que se dão bem em nosso país, enquanto cidadãos de bem, trabalhadores de verdade pagam as contas suas e as dos governos através dos altos impostos, mas a eles são negados direitos básicos como : saúde, segurança, educação… E nossos jovens e crianças assistem a tudo na maior normalidade.

Diante dos fatos, resolvi falar da decadente educação brasileira, analisando alguns dados de pesquisas em relação a países desenvolvidos, e aqui compartilho. Talvez a maioria dos brasileiros desconhece que o Brasil figura em primeiro lugar no ranking mundial de violência contra os professores na escola. É um dos países cujos professores são os menos respeitados, ficando apenas acima de Israel, último colocado.

São muitos os países com educação invejável, mas escolhi o Japão para um comparativo, pois lá o professor, com todo respeito chamado de Mestre, é considerado sábio, porque para o japonês o futuro depende das crianças. O Japão é a potência que é hoje, porque não poupa investimentos nesta área. Ensinar com rigor, disciplina e sabedoria é a ordem. Lá professores têm de ser competentes, com alto grau de conhecimento, comprovado em rigorosas seleções, mas em compensação são remunerados dignamente. Ser professor lá requer muito estudo e amor à profissão.

Depois de formado na universidade, o professor precisa passar por diversos programas de formação até serem contratados. Uma vez contratados passam um ano no período de adaptação sob a supervisão de um professor experiente. Só depois disso são considerados professores, com todos os direitos e remuneração digna. O plano de carreira no Japão compõe-se de muitas etapas que possibilitam ao professor chegar ao cargo de chefe de professores, depois disso ao cargo de diretor da escola, e com base no desempenho e experiência atingir diferentes níveis salariais. Bem diferente do Brasil, onde a política partidária prevalece nas indicações de cargos, independente de competência; onde plano de cargos e salários são incompatíveis; onde qualquer um pode ser professor, infelizmente.

Em relação a valorização financeira, hoje no Japão um professor de ensino fundamental, em início de carreira, recebe um salário mensal de aproximadamente 9 mil reais. Com o tempo de serviço pode chegar a quase 20 mil reais por mês, pago em dólar. No Brasil os salários dos professores estão entre os mais baixos do mundo.

Nem é preciso comparar a realidade brasileira com os países desenvolvidos, para deduzirmos que nosso problema é uma soma de descasos, e a violência e o desrespeito ao professor representam a gota d’água, o ápice de uma tragédia plantada por políticos oportunistas, pais irresponsáveis, jovens mal-educados, professores despreparados e desvalorizados.

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