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Em Criciúma: Família vive com medo de desmoronamento à espera da prefeitura

Casa de Roberto e Karina Damasceno sustenta-se em frágeis pilares sobre canal pluvial, após parte do solo ceder devido às chuvas

Divulgação

A família de Roberto Damasceno, pedreiro autônomo, vive há pelo menos duas semanas sob o risco de ver a própria casa desabar. Parte do terreno situado sobre um canal pluvial do rio Criciúma, na Vila Belmiro, desmoronou após o último período de chuvas.  Assim, parte da residência sustenta-se em frágeis pilares de madeira com o córrego passando agora a céu aberto, levando ao pátio frontal um forte cheiro de esgoto.

Construção

A casa de alvenaria foi construída, de acordo com Roberto, pela própria família, após a mulher, Karina, comprar o terreno na Avenida Progresso. Sem a escritura do imóvel, mas pagando anualmente o IPTU, eles já tiveram que abandonar a residência há alguns anos pela mesma situação: o desmoronamento de terra sobre o canal.

“Quando a gente voltou, no ano passado, tinham roubado até o poste de luz. Tivemos que instalar outro e nos custou R$ 900”, lamenta Karina, dona de casa. A única fonte de renda da família são os trabalhos autônomos de Roberto e do genro, casado com uma das filhas do casal: ainda moram na residência a outra filha e um neto.

Roberto diz ter entrado em contato com a prefeitura e, após, uma equipe esteve na casa para a retirada das pedras e da terra que caiu no canal pluvial. Foi-lhes dito para abandonarem a residência, mas o casal se nega até ter a garantia de retorno à própria propriedade.

“Quando a gente saiu da outra vez, veio gente e roubou muita coisa. A prefeitura pede para a gente sair, dizem ‘ah, é porque tem risco de vida’. Se nos ajudarem com o aluguel e se comprometerem a fazer a obra, a gente sai”, sustenta Roberto. “Vamos sair daqui para morar na rua?”, questiona.

Sustentação

Com o desmoronamento de terra, parte da estrutura da casa mantém-se apenas sobre os pilares de sustentação, com o afluente do rio passando logo abaixo. O temor é pela chegada de um novo período de chuvas e novos desmoronamentos.

Karina, dona do terreno, conta terem saído da casa há três anos quando a parte da frente do pátio desabou. Eles receberam auxílio para alugar outro imóvel, no bairro Boa Vista, enquanto foi feita a obra de reestruturação.

Prefeitura diz ter conhecimento do caso

A Defesa Civil de Criciúma afirma estar ciente da situação de Roberto e Karina. Segundo o coordenador do órgão, Dioni Borba, o caso foi repassado para a secretaria de Assistência Social “para a realocação da família”

“A construção é mais antiga, foi feita irregularmente em cima do canal pluvial. Havia a necessidade de manutenção desse canal, que não foi feita por causa das construções irregulares”, diz Borba.

A secretaria de Assistência Social respondeu à reportagem que “essa situação é de conhecimento do Município que está verificando a resolução do problema, que passa pela retirada da família para ser encaminhada ao aluguel social (que o Município paga) e a Secretaria de Infraestrutura possa consertar”.

Sem respostas

Roberto e Karina afirmam que nada a esse respeito foi dito ao casal; eles aguardam pela solução por parte da prefeitura e aceitam retirar-se para a realização das obras, desde que consigam ajuda para o pagamento do aluguel e possam retornar para a própria residência.

No entanto, segundo Dioni Borba, o imóvel está em um local de difícil regularização. “Alguns locais são complicados para regularizar, tipo esse que é em cima de um córrego. Por ali passam canais do rio Criciúma, Sangão, são vários afluentes. Tem que fazer verificação, análise geológica, todo um processo de profissionais. É uma questão de estudo, de análise de profissionais ambientais”, pondera.

Este canal concretado passa por ali, segundo Borba, possivelmente há mais de 20 anos. “As manutenções eram feitas, mas depois que foi feita essa construção irregular, em uma época que não tinha controle adequado de ocupação, acabou gerando problemas. Com o tempo e a sobrecarga, acaba rompendo e gera esse tipo de problema que precisa de intervenção do poder público. É difícil de lidar com essa situação”, conclui.

Enquanto não é encontrada a solução, Roberto, Karina, as duas filhas, o genro e um neto, ainda de colo, permanecem vivendo na casa em situação de risco. “Eles dizem que eu construí sobre o rio, mas como eu ia saber que o rio passa aqui?”, desabafa Roberto. Por outro lado, Karina espera tudo se resolver para levar adiante o sonho da escritura do terreno, atualmente invadido pelo cheiro de esgoto do canal aberto.

Com informações do TNSul

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