Segurança

Empresário desaparecido foi encontrado morto em carro por amigos, em Sangão

Eles contam que refizeram trajeto para conseguir descobrir onde ele estava. Polícia Civil afirma que principal suspeita é que houve acidente de trânsito

Foto: Folha Regional WebTv

O empresário Marcelo da Silva Goularte, que foi encontrado morto dentro do carro em Sangão, foi achado por amigos. “Fizemos todo o possível, mas infelizmente não foi o suficiente”, disse Jardel Rodrigues Colombo, um dos amigos que encontrou o empresário.

Marcelo estava indo para um jantar com amigos na terça-feira (18) quando desapareceu. Ele foi encontrado dentro do carro em meio a árvores a cerca de 200 metros fora da Rodovia Humberto Bortoluzzi no dia seguinte. A Polícia Civil investiga o caso e a principal suspeita é que houve um acidente de trânsito.

Buscas

Jardel contou ao g1 como começou a suspeita de que o empresário estava desaparecido. “Estávamos já na casa de um amigo onde seria o encontro [em Jaguaruna, cidade vizinha]. Ele [Marcelo] enviou um áudio dizendo que estava colocando o tênis e indo. Eram umas 19h50”.

“Começamos a perceber que já era para ele ter chegado e começamos a ligar, e só chamava no começo. Eram umas 21h, saímos a procurar. Ficamos até uma meia-noite e fomos para casa”, continuou.

Porém, eles insistiram ainda mais, segundo Jardel.

“Não satisfeitos, eu e meu compadre combinamos de procurar novamente com lanterna. Escutamos um áudio dele [Marcelo] que no fundo tinha o GPS falando sobre 400 metros. Fomos na casa dele e ligamos o GPS fazendo a trajeto. Ficamos até às 3h procurando nesse trajeto, estava muito escuro e frio, não vimos sinal de nada”, relatou.

Encontro

De manhã, eles continuaram a tomar providências para tentar entender o que havia acontecido com o empresário.

“Pela manhã, logo cedo fomos atrás de amigos policiais para ver as filmagens de câmeras, fizemos postagens de desaparecimento dele. Próximo ao meio-dia, recebemos retorno de que ele não havia passado em nenhuma câmera. Então só havia um trajeto para procurá-lo”, relatou Jardel.

Com essas informações em mãos, eles puderam encontrar Marcelo.

“Largamos o carro e fomos a pé pelo acostamento, um de cada lado. Até que vimos um rastro e eu saí correndo. O carro estava entre muitos espinheiros escondido. Capotou muito. A bateria havia voado, talvez por esse motivo não o encontramos durante a noite, porque a lanterna não refletiu em nada. Subi no carro e o encontrei todo encolhido, coloquei a mão nele e já estava gelado, chamamos a polícia e daí eles assumiram”, contou.

“Foi uma dor inexplicável perder um amigo tão querido, um irmão, um trabalhador, pai”, declarou Jardel.
Em relação à causa do acidente, ele revelou hipóteses. “A esposa dele falou que uns dois dias antes ele estava se queixando de dores no peito e no braço”, disse. “Achamos que possa ter dado algum infarto. Mas isso só a perícia pode dizer”, afirmou.

“Marcelo era acostumado a andar devagar, ele trabalhava com anúncios de carro. Era um bom motorista”, disse.

Ele também falou em outra hipótese. “Pode não ter nada e ele ter realmente se perdido. Porque no lugar em que ele se perdeu, a estrada tem um solavanco. Ela desce e sobe. É perigoso. Pode ter perdido o controle do carro nessa passagem”, finalizou.

Atendimento e investigação

De acordo com os bombeiros que fizeram o atendimento após Marcelo ser encontrado, ele estava dentro de um carro Veloster em meio a árvores.

Conforme os socorristas, o homem já estava sem sinais vitais e com hematomas e escoriações pelo corpo. Ele morava em Sangão e estava desaparecido desde 19h de terça, quando saiu de casa para encontrar amigos e não chegou ao destino.

Os socorristas afirmaram que o carro saiu da pista e capotou, parando em meio às árvores.

No inquérito policial, serão ouvidas testemunhas e analisados laudos periciais, conforme o delegado Lucas de Sá Rezende.

“Orientamos que os amigos e familiares procurassem por ele às margens da rodovia que dá acesso ao local. Ele provavelmente perdeu o controle e o carro capotou até a vegetação, em um lugar que não se tinha visibilidade da pista. Por isso que não foi encontrado de imediato”, afirmou o delegado.

Com informações G1SC