Poder Legislativo

Ensino Médio em Tempo Integral volta a ser tema de discussão na Câmara de Orleans

Fotos: Ketully Beltrame / Sul in Foco

A diretora da Escola de Educação Básica – EEB Toneza Cascaes, Viviane Corrêa, utilizou a tribuna livre da Câmara de Vereadores de Orleans para apresentar o Ensino Médio em Tempo Integral – EMTI, implantado neste ano na instituição de ensino.

Na última semana, uma orleanense, representando os pais de estudantes que moram na área rural do município, esteve na sessão ordinária e relatou as dificuldades encontradas pelos alunos após a mudança. Confira neste link.

Conforme a diretora, o objetivo da ida dela à Casa Legislativa, além de apresentar o programa, foi retificar os dados apresentados na oportunidade, que, segundo ela, não foram fidedignos. “Nós tínhamos 107 alunos regularmente matriculados. Quatro saíram. Esta foi a evasão. Não 24 para 12, como foi comentado”, afirmou ao iniciar o pronunciamento.

Viviane descreveu ainda o projeto como “extremamente válido, gratificante e enriquecedor”. “Nós sonhamos uma vida inteira por uma educação de qualidade para os nossos filhos e, agora, o Governo Federal está apresentando isso para nós. Estamos falando de sete aulas de Matemática e sete de Língua Portuguesa por semana e duas para as demais disciplinas. Temos ainda o Projeto de Vida, o Projeto de Pesquisa e os Estudos Orientados”, pontou.

Ainda segundo ela, ao contrário do que foi comentado na última sessão ordinária, os alunos não precisam fazer tarefas em casa. “Algo está errado, pois eles possuem os Estudos Orientados todos os dias as duas últimas aulas para fazer as atividades, justamente para não levar afazeres para a casa. É uma disciplina isso. Eu fui fazer um relato na escola, fui ouvir nossos alunos, pois fiquei espantada quando a mãe falou que há alunos que saem de casa depressivos, cabisbaixos. E não é bem isso que nós vimos na escola. Eu tenho mais de 100 alunos regularmente matriculados e, aparentemente, contentes”, destacou.

Em relação ao transporte, a responsabilidade é da Prefeitura de Orleans e o estabelecido é que eles sejam buscados e deixados bem próximos de casa para que não haja necessidade de grande deslocamento por parte dos estudantes. Em seguida, dois alunos fizeram uso da tribuna para expor a opinião deles a respeito do Ensino Médio em Tempo Integral – EMTI.

Foto: Ketully Beltrame / Sul in Foco

O primeiro a falar foi Cleyson Seifer. Confira o relato:

“O que tenho para falar sobre o ensino integral é que aprendi muitas coisas boas lá. Eu tenho 17 anos, poderia estar estudando à noite e trabalhando, mas optei pelo ensino integral. Através dele, eu terei mais oportunidade para o meu futuro, aprendendo mais. Muita gente reclama, eu também reclamei. Mas depois que eu me aprofundei nos estudos e passei a entender como funciona que fui tomar gosto por estudar e entender o quanto é bom. Muitos jovens entram no mundo do crime por não poder estudar. Costuma sempre haver demora quando se trata de ganharmos algo bom e, quando isso acontece, tem gente que quer tirar”.

Em seguida, foi a vez de Cristiane Vieira:

“Eu moro na comunidade de Rio Laranjeiras, no interior de Orleans, e sempre ajudei meus pais. Nunca trabalhei forçado, mas quem mora na área rural sabe como é. Eu não sou contra o ensino integral. Achei muito boa a oportunidade, mas faria apenas se eu morasse mais próximo à escola. Tenho amigos meus que estão fazendo, mas precisam sair às 4h30min de casa e chegar às 19h. Acordam às 4h. Eles dizem que aprendem muito, mas que chegam cansados à escola. Não pedimos que tire o ensino integral, mas sim, para que crie o ensino regular ou dê mais condições de transporte para ir para a escola, pois, da forma que está, é muito cansativo. Eu estudo à noite e saio às 17h de casa para chegar às 18h30min na escola. O ônibus não passa na minha casa e nem perto. Precisamos ir de moto até a parada de ônibus e retorno para casa às 23h. É complicado. Quando eu estudava no ensino regular à tarde, eu ajudavaa a tirar o leite pela manhã e à noite e, agora, apenas pela manhã. Foi uma mudança radical porque não deu tempo de nos adaptarmos e ficou bastante difícil para quem mora no interior”.

Os vereadores também se pronunciaram e se disponibilizaram a procurar as autoridades competentes para relatar os dois lados. Na oportunidade, foram sugeridas também alternativas. Uma delas é cobrar que o transporte escolar passe mais próximo às residências dos estudantes da área rural e outra é para que seja criada uma extensão da EEB Toneza Cascaes na localidade do Barracão, como já ocorreu no passado. O intuito é oferecer uma opção de ensino médio regular no período vespertino, já que não é permitido por lei oferecer no mesmo prédio da escola localizada na área central de Orleans.

Viviane finalizou ainda convidando os pais dos estudantes e também os vereadores para que visitem a escola e conheçam o projeto de perto, tal como fizeram os vereadores Mirele Debiasi e Lucas Canever, ambos do PSDB.

Confira os pronunciamento na íntegra através do áudio abaixo:

 


Fizeram uso da tribuna, os vereadores Udir Luiz Pavei (PSD), o Dija; Mirele Debiasi (PSDB); Osvaldo Cruzetta (PP), o Vá; Paulo Canever (PSD); Antônio Dias André (MDB), o Geada; e o presidente da Casa Legislativa, Pedro João Orbem (MDB).

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Ordem do Dia:

Na sessão ordinária, foi aprovado:

Projeto de Lei Complementar nº 4/2018, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 2.697, de 21 de março de 2017, que regulamenta a responsabilidade tributária à empresa e cooperativas de serviço público de distribuição de energia elétrica referente à Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP.

“Foi feita uma pequena alteração para que não houvesse a menor dúvida com relação, principalmente, a questões no que se refere à compensação de valores pelas cooperativas e empresas de distribuição de energia elétrica relacionado a serviços que eventualmente seriam por ela prestados, deixando mais claro a possibilidade da celebração de contratos, que não existem até o momento”, explicou o vereador Hildegart Thessmann Durigon, relator do parecer.

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