Educação

Escolha de vagas para a docência nas escolas estaduais é alvo de reclamações

Foto: Divulgação / DS

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A escolha de vagas para a docência nas escolas estaduais está gerando muitas reclamações entre os professores que são contratados em regime temporário. As aulas tiveram início na semana passada, mas ainda há vagas em várias escolas.

Alguns problemas têm ocorrido, porém, no processo de escolha. “Esta chamada está ocorrendo com muita desorganização e até falta de respeito”, opina uma professora. “Há uma lentidão na chamada de professores em função da falta de funcionários do Estado. Além disso, a divulgação das vagas já escolhidas é precária”, diz outra ACT. 

Para a presidente do Sinte de Tubarão, Tânia Fogaça, este ano o processo de escolha de vagas está muito confuso. “Houve uma redução no número de vagas, isso é fato. Outro problema é que a Secretaria de Educação está liberando as vagas aos poucos, ou seja, desde o dia 10 tem algumas vagas por dia. Eu penso que se o aluno está matriculado a vaga já tem que constar”, aponta. 

Ela exemplifica o problema com o caso do chamado segundo professor, que é aquele que fica em sala de aula prestando auxílio para os portadores de necessidades especiais. “Hoje (ontem) tivemos uma vaga divulgada para intérprete de libras. Ou seja, este aluno está desde o dia 22 em sala de aula sem um intérprete?”, questiona. 

Outro problema que Tânia diz ser recorrente e que foi apontado por alguns ACTs em contato com a redação do DS é a vaga ser apresentada no sistema, escolhida e, ao chegar na escola, ela já estar preenchida por outro professor ou não existir. 

“Temos ainda vagas disponibilizadas logo antes da escolha, não possibilitando que professores cheguem em tempo da escolha. Aí a gerência diz que respeita o prazo de 24 horas, mas isso não está ocorrendo”, afirma Tânia. 

Outra crítica é ao próprio processo. “Três bancas são colocadas numa sala e ficam chamando para diferentes disciplinas ao mesmo tempo. Uma confusão geral. Sem contar que a chamada deveria ser nominal e está sendo feita em blocos, por número”, diz a presidente do Sinte Tubarão. 

A mudança na questão da carga horária também tem gerado problemas. “As aulas estão fragmentadas, você pega uma aula num bairro, duas em outro. Muitas vezes não vale a pena”, aponta um professor. 

Tânia afirma que este problema ocorreu em função da mudança na forma como as horas são distribuídas na carga horária. “Nosso medo é que, se os professores habilitados não pegarem essas vagas, abra para os que não estão habilitados, ou seja, isso pode acabar sendo prejudicial para a qualidade do ensino”, preocupa-se.

Outro lado

De acordo com a supervisora de desenvolvimento humano da Gerência Regional de Saúde – Gered, Jane Mari Vianna, ocorreram algumas vezes de o professor escolher a vaga e ela não existir, porque algumas turmas não fecharam. “A escolha de vagas ocorre o ano todo. Não está sendo diferente nem mais demorada desta vez, o processo está normal”, afirma. 

Jane diz ainda que a mudança na legislação, que antes previa os horários em módulos e agora é de duas a 32 horas, pode estar gerando estranheza nos professores. “É uma mudança e requer uma adaptação. Foi importante para que possamos preencher aulas com poucas horas em algumas escolas”, comenta.

Com informações do site Diário do Sul