O livro de Maíra Zimmermann teve origem de uma dissertação de mestrado e conta a história de um movimento cultural ocorrido Brasil
Após o estudo realizado em 2009 para a dissertação de mestrado em moda, cultura e arte, no Centro Universitário Senac, em São Paulo, a escritora Maíra Zimmermann fez o lançamento do livro “Jovem Guarda: moda, música e juventude”.
Até aí tudo certo. A surpresa veio alguns dias depois, quando a tubaronense recebeu uma notificação da assessoria jurídica do cantor Roberto Carlos.
“Nada foi ajuizado ainda. Ele notificou a Maíra sob a justificativa de que ela não tem o direito de imagem. Enviamos uma contranotificação onde explicamos que, na realidade, o livro relata a história de um movimento político e cultural vivido por Roberto Carlos e outros cantores da época”, detalhou o advogado da escritora, Rodrigo Machado Côrrea, em entrevista para o jornal Notisul.
Inclusive, relata o defensor, tanto Roberto Carlos quanto Erasmo Carlos e a cantora Wanderléia foram convidados para o lançamento. Wanderléia, inclusive, assina a apresentação da obra e esteve no evento de lançamento do livro.
Na notificação, Roberto Carlos pede que não seja feita a comercialização da obra e que todos os exemplares sejam recolhidos em um prazo de dez dias. O advogado de Maíra afirma que a medida não foi cumprida e que as partes estão em processo de negociação.
“Esperamos que o cantor Roberto Carlos entenda que o livro não é sobre a vida pessoal e profissional dele, mas sim sobre um período da história brasileira do qual ele fez parte”, reafirma Rodrigo.
Maíra espera um acordo amigável
Natural de Tubarão, a escritora Maíra Zimmermann é filha do advogado Léo Rosa de Andrade e é formada em história pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Florianópolis.
Maíra relata que ficou muito surpresa com a notificação recebida pelo cantor Roberto Carlos. “Fui buscar a notificação no último dia 12 no cartório e não acreditei. Especialmente porque o meu livro é uma obra científica, acadêmica. Não existe uma linha sobre a vida íntima de Roberto Carlos”, lamenta.
Ela relata que a Jovem Guarda foi um fenômeno mundial e que no Brasil ditou tendências na moda no comportamento das pessoas. O livro ‘Jovem Guarda: moda, música e juventude’ tem 212 páginas da história deste movimento cultural e político no país. “Espero que possamos resolver todo este equívoco de forma amigável. Seria o melhor para todos”, pontua a tubaronense.