Economia

Excesso de chuva prejudica cultivo de feijão na região

Foto: Deize Felisberto

Foto: Deize Felisberto

A chuva constante das últimas duas semanas deixou muitos agricultores que cultivam feijão na região preocupados. O excesso de água adoeceu as folhas do grão, prejudicou a primeira floração e o desenvolvimento das vagens. Conforme o engenheiro agrônomo da Epagri, Roberto Longhi, ainda é cedo para se ter um percentual de perda, mas é certo que haverá comprometimento na safra do grão. “O feijão sofre com a umidade, que propícia o aparecimento de doenças e pragas, como a traquinose. Mesmo com o tratamento de pesticidas o excesso de chuvas acaba levando as praguicidas, ainda assim, para se ter um bom resultado é necessário a aplicação num prazo de 15 dias”, explica o especialista.

Segundo o Portal Clicatribuna, os irmãos Alcir e Arnaldo Mariotto que plantaram aproximadamente 17 hectares de feijão, no Bairro Verdinho, já estimam os prejuízos. “Um pé de feijão, dependendo do ano, produz uma média de 25 a 40 vagens, e no mínimo 20 vagens grandes. Com a chuva há pés com 10 vagens ou até menos”, lamenta o agricultor, projetando que na primeira floração do grão a perda chegue a 70%. “Esperamos que com a segunda floração possamos recuperar um pouco”, aposta Arnaldo.

Seca também prejudicou

O irmão Alcir relembra que no ano passado os agricultores sofreram com a seca constante e agora com o excesso de chuva. A expectativa dos agricultores no início do plantio, que ocorreu há 45 dias, era colher algo em torno de 30 a 35 sacas por hectares, que agora será reduzida. “Estamos esperançosos já que a previsão é de que não chova até domingo. O ideal seria ficar com tempo seco durante dez dias”, diz Alcir.

Em Içara, onde o plantio de feijão é intenso, os agricultores também compartilham a preocupação. O presidente da Associação de Produtores de Feijão e Milho de Içara (Aprofemi), Renato Réus, confirma os prejuízos. “Que teremos perda é fato, vai depender do que acontecerá daqui pra frente para podermos contabilizar. Na semana que vem já podemos ter números mais concretos”, expõe Réus. Içara, que é o maior produtor do grão na região, diminuiu nos últimos anos sua área plantada de cinco mil para os atuais, 2,5 mil hectares.

A colheita do grão na região deve ocorrer entre final de abril e inicio de maio.

Chuvas cedem um pouco

Segundo a Estação Meteorológica de Urussanga choveu 176 mm em Içara no mês de fevereiro e 226 mm em Criciúma, nas regiões do interior o volume de água chegou a 307 mm. Neste mês de março a precipitação já chegou a 150 mm em Içara e 170 mm em Criciúma. “Choveu muito e, além disso, o sol desapareceu. De 12 a 20 de março estivemos sem sol e com muita chuva, o que ocasionada o apodrecimento do sistema radicular do feijoeiro. A previsão é de que de amanhã (sexta-feira) até terça-feira haverá pouco risco de chuva. O mês de abril não terá muita chuva”, detalha o climatologista da Epagri de Urussanga, Márcio Sônego, observando que a perspectivas para os produtores é agora para as próximas florações do feijão.