Educação

Falso professor

Foto: Reprodução RBS TV

Foto: Reprodução RBS TV

Um indivíduo que nunca se graduou, inscreveu-se em concurso público, efetivou-se e permaneceu na escola por um período de dez anos. Faltava demasiadamente às aulas, e só agora foi dado conta de que era um charlatão. Já havia sido condenado à pena de um ano e três meses de reclusão em regime aberto, além de prestação de serviços comunitários e pagamento de cestas básicas, pelo crime de estelionato, uma vez que além de falso professor se apresentava como advogado em outra comunidade e cobrava para ajudar as pessoas em procedimentos de aposentadoria.

O tal professor foi campeão em atestados no trabalho: setenta (70) atestados médicos, com as mais variadas doenças, deixando em situação delicada a escola, uma vez que só pode contratar outro profissional quando os atestados forem superiores a quinze dias consecutivos. No caso em questão, eles eram de curto prazo, de um a quatro dias, com as mais diversas doenças, de resfriado à dor na coluna.

Daí pergunta-se: uma empresa privada ficaria com um funcionário desses no seu quadro?  Nunca… Mas, no serviço público fica. E pior ainda: numa escola que é o local onde deveriam estar os melhores e mais responsáveis profissionais. Ocupam a vaga de outro professor, roubam o nosso dinheiro, colocam em aflição os pais que começam a desacreditar na escola, muito embora não se possa generalizar.

Além disso, outra pergunta não pode deixar de ser feita e analisada muito profundamente. Que médicos são esses que fornecem atestado para quem não está doente? Onde está a ética profissional, a responsabilidade, o juramento feito? No caso em questão, o médico é tão corrupto quanto, ou até mais que o safado professor, pois está contribuindo para que o jeitinho brasileiro continue como norma neste país.

Outra dúvida: um médico que emite um falso atestado não poderá dar um falso diagnóstico? Não estará ele fazendo uso de sua profissão apenas para enriquecimento pessoal, estando disposto a qualquer manobra para se dar bem? Eu não confio em um profissional desse tipo.

Lamentavelmente, existem milhares de professores irresponsáveis nas escolas públicas fazendo uso de atestado médico para viajar, ir às compras, resolver problemas particulares. Mas, para que isso aconteça, é preciso que haja médicos inescrupulosos também.

Esclarecendo: o referido professor (trabalhava numa escola em Joinville) foi exonerado há poucos dias, não pelas faltas, mas por ter sido comprovado que usava um diploma falso. Os médicos, porém continuam e continuarão fornecendo atestados.