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Família aguarda respostas sobre morte de mineiro

Foto: Lucas Sabino/Jornal da Manhã

Foto: Lucas Sabino/Jornal da Manhã

Há um ano, a dor e a falta de respostas rondam a família Gomes Marques. Nessa mesma data, no ano passado, Fernando, um dos filhos de Maria e José Adauto, foi surpreendido por dois homens armados, sendo executado em frente à residência onde morava com a esposa e a filha, no bairro Ana Maria, em Criciúma.

Fernando estava no pátio da casa, por volta das 23 horas, quando a dupla o chamou pelo nome. Logo, os disparos foram efetuados e 32 deles atingiram a vítima, que morreu no local. O portão ficou totalmente retorcido com a quantidade de disparos e restou à esposa e à filha se recolherem no interior da casa. Testemunhas viram os assassinos correndo em direção a um veículo Fiat/Uno vermelho, o mesmo carro que havia seguido Fernando e a família desde a praia do Farol de Santa Marta, em Laguna, onde eles haviam passado o final de semana.

Felipe, irmão mais novo, estava no passeio e não acreditou na notícia dada horas depois. “Até hoje eu fico mal com isso. Ele era meu exemplo, ele confiava em mim”, lembra. A família aguarda o resultado do inquérito policial sobre a morte de Fernando. “Fomos muitas vezes conversar com os delegados (que passaram pelo caso) para saber como estava a investigação. Mas eles dizem que não podem abrir o caso, que há suspeitos de ter encomendado a morte dele, mas que faltam provas”, lamenta o irmão.

Um dos momentos mais dolorosos para os pais de Fernando foi o Natal. “Nós passamos o último Natal juntos. Agora, no primeiro ano sem ele, não temos o que comemorar”, comenta Maria. “Eles (assassinos) tiraram todos os planos e sonhos com uma brutalidade tão grande. Ele já estava planejando a festa de 15 anos da filha, que seria no ano que vem”, conta a mulher. 

Liderança entre os mineiros

Fernando era conhecido na mina pelo apelido de Fuzil. Ele trabalhou 11 anos na Coorpeminas, sendo eleito vice-presidente em 2013. “Faltavam apenas três anos para ele se aposentar”, frisa Maria. “Ele era muito honesto e me contava algumas coisas com as quais não concordava. Pedi para ele não assumir na diretoria, meu gosto era que ele continuasse embaixo da mina, mas ele era pelos mineiros”, recorda.

Um mês antes do crime, Felipe começou a trabalhar na cooperativa. “O Fernando me disse: nós somos irmãos, mas do lado de dentro da mina, nós somos colegas de trabalho. Ele quis que eu começasse como outro trabalhador, sem privilégios”, fala. 

Segundo os familiares, Fernando era uma liderança entre os mineiros e a defesa pelos trabalhadores gerou alguns constrangimentos.

Com informações do Jornal da Manhã