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Família de Orleans é exemplo para doação de órgãos

Foto: Reprodução DS

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Em julho de 2013, as vidas e as histórias de duas famílias que não se conheciam mudaram para sempre. Enquanto Fábio e Luciana vivenciaram a dor de perder o filho Guilherme, que tinha quatro anos, eles encontraram em meio à imensa tristeza a força necessária para salvar a vida da pequena Vitória, filha de Deise Rossetti Cavanholi e Joel Cavanholi, que recebeu o coração de Guilherme. 

Hoje, dois anos depois e com três anos de idade, Vitória, que mora em Orleans, é uma criança alegre, que se desenvolve com saúde e encontra o caminho para uma vida normal ao lado da família – os pais, o irmão, Vinícius, de 10 anos, e a nova irmãzinha, Vivian, de apenas sete meses. 

“Ela tem muita energia e adora aprender. Está sempre sorrindo. A aceitação do órgão doado está sendo ótima e nós estamos vivendo uma nova fase da nossa vida familiar”, pontua o pai, Joel. 

Hoje as duas famílias se visitam de forma regular e a alegria de Vitória é uma força para os pais de Guilherme. “Ela adora os dois. Normalmente eles nos visitam uma vez por ano, mas, apesar da Vitória ficar um  tempo sem vê-los, quando eles chegam ela não tem o menor constrangimento e fica muito feliz”, conta Joel. 

A recuperação de Vitória, que tinha sérios problemas cardíacos, só foi possível graças a um gesto que pode salvar milhares de vidas – a doação de órgãos, que tem seu dia comemorado neste domingo. 

“Acho que é fundamental que se dissemine mais a importância da doação. O exemplo dessa família, que conseguiu, no momento de maior dor, pensar em salvar a vida de outras pessoas, é um exemplo a ser seguido pela humanidade. Acho que é o máximo de doação, de caridade, de amor que uma pessoa pode expressar. Nem tenho palavras para explicar o que sinto em relação ao gesto deles, que mudou nossas vidas”, emociona-se o pai.

Estado é primeiro em doações no país e tem ações para aumento

Quando se fala em doação de órgãos, Santa Catarina tem motivos para comemorar. O Estado detém o primeiro lugar no ranking de doações no Brasil, com 30,6 doadores efetivos por milhão de população (pmp) no primeiro semestre deste ano. 

De janeiro a junho de 2015, as equipes da SC Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES), registraram 103 doações – 11 a mais do que no mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses do ano, foram realizados 628 transplantes de órgãos e tecidos no Estado. “O segundo semestre tende a ser ainda melhor que o primeiro. Esperamos um novo recorde até o final deste ano”, observa Joel de Andrade, coordenador estadual do serviço.

A preparação contínua dos profissionais que atuam na captação de órgãos é fundamental para o sucesso dos transplantes e dos bons números de SC. De acordo com Joel de Andrade, o diferencial da SC Transplantes são as técnicas desenvolvidas para melhor acolher as famílias que perdem seus entes queridos. Atualmente, mais de 600 profissionais de urgência do Estado, entre médicos, enfermeiros, psicólogos e outros, são treinados para abordar familiares, comunicar a morte e sugerir a doação.

HNSC promove ações

Para marcar o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos, comemorado neste domingo, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott) da ACSC – Hospital Nossa Senhora da Conceição promoveu algumas ações com a finalidade de conscientizar as pessoas e a comunidade hospitalar sobre a necessidade de se comunicar aos familiares o desejo de ser um doador de órgãos.

A coordenadora da Comissão, enfermeira Ana Paula Maciel, enfatiza a necessidade de se falar sobre a doação de órgãos, principalmente no ambiente familiar, pois são os familiares que, após a comprovação da morte encefálica do possível doador, irão autorizar ou não a captação de órgãos. “Nesse processo, é essencial que o paciente tenha expressado o desejo de ser um doador”, enfatiza a coordenadora.

Com informações do Jornal Diário do Sul